Adolescentes que participam do PrEP 15-19 podem escolher ou não usar a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV e também têm acesso a vários outros métodos que compõem o leque da Prevenção Combinada neste estudo: camisinha, lubrificante, PEP, aconselhamento, teste para diagnóstico de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), tratamento ou encaminhamento para serviço especializado, autoteste para HIV e vacinação para as hepatites A e B.
O estudo também oferece uma assistente digital, a Amanda Selfie, a primeira robôa travesti do Brasil. Qualquer pessoa, participante ou não do estudo, pode conversar com a Amanda pelo Messenger para tirar dúvidas sobre sexo, pegação, prevenção, HIV, IST – e também sobre cultura LGBTI+, gênero, orientação sexual, entre vários outros assuntos.
O estudo segue as normas éticas para a pesquisa com seres humanos vigentes no Brasil e foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa da Organização Mundial da Saúde, da Faculdade de Medicina da USP, do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA e da Faculdade de Medicina da UFMG.
QUEM PODE PARTICIPAR?
Adolescentes de 15 a 19 anos que se identifiquem como homens cis gay, mulheres transexuais e travestis, com práticas sexuais, que morem em (ou perto de) Salvador, Belo Horizonte e São Paulo.
Consulte o site prep1519.org para mais informações.
A PrEP para adolescentes está aprovada nos EUA desde maio de 2018.
Em 2018, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) expandiu a aprovação da PrEP com tenofovir e entricitabina (TDF+FTC) contra o HIV para incluir adolescentes.
O TDF + FTC foi aprovado como método de prevenção do HIV em 2012, mas apenas para pessoas com 18 anos ou mais. A nova aprovação amplia essa indicação para incluir adultos e adolescentes em risco de contrair HIV, que pesam pelo menos 35 kg.
A nova aprovação foi baseada no estudo ATN113, que envolveu 67 adolescentes de alto risco com idades entre 15 e 17 anos.
Durante o estudo, de 48 semanas, os participantes fizeram visitas clínicas mensais durante os primeiros 3 meses e depois passaram a visitar apenas a cada 3 meses. Embora o nível geral de adesão dos participantes ao esquema diário de TDF+FTC tenha sido promissor durante os primeiros 3 meses, ele caiu drasticamente quando o protocolo do estudo mudou para visitas clínicas menos frequentes. Esse fenômeno levou os pesquisadores a concluírem que os adolescentes podem precisar de acompanhamento mensal para se saírem bem na PrEP.
Os efeitos colaterais do TDF+FTC como PrEP entre esses adolescentes foram comparáveis aos observados em estudos com adultos. Os efeitos colaterais mais comuns foram dor de cabeça, dor abdominal e perda de peso. Quatro dos participantes experimentaram uma diminuição na densidade mineral óssea, incluindo três que experimentaram uma diminuição modesta e um que teve um declínio superior a 4% na densidade mineral óssea total na semana 24 do estudo.
“O estudo ATN113 demonstrou que o TDF+FTC para PrEP é uma opção de prevenção bem tolerada entre adolescentes vulneráveis ao HIV”, disse Sybil Hosek, PhD, psicóloga clínica do Stroger Hospital, em Cook County Health and Hospital System, em Chicago (EUA) e investigadora principal do estudo, em um comunicado de imprensa da Gilead Sciences, um dos fabricantes do TDF+FTC. “Além das tradicionais estratégias de redução de risco, os provedores de assistência médica e os defensores da comunidade estão agora equipados com outra ferramenta para ajudar a abordar a incidência do HIV em populações de risco mais jovens.”