Muitos profissionais resistem em informar seus pacientes com HIV/AIDS sobre estas novidades. Agora, é bom deixar claro que informar não necessariamente significa compartilhar. Mas, o ato de informar, explicando que vários cientistas de renome internacional como instituições de saúde nacionais e internacionais apoiam esta Declaração, é uma demonstração de respeito pela autonomia e singularidade do outro.
Assim o Informe Belmont (EUA, 1979) explicita que:
- Respeito pela pessoa: as pessoas devem ser tratadas como agentes autônomos;
- Um indivíduo autônomo é uma pessoa capaz de decidir sobre objetivos pessoais e de agir conforme essa decisão;
- Respeitar a autonomia é dar peso às opiniões e escolhas da pessoa e se abster de obstruir suas ações.
- Desrespeitar um agente autônomo é desprezar suas opiniões... Ou reter informação necessária para que possa tomar uma decisão... (negrito nosso)
Portanto, mesmo não endossando a informação, respeitar o direito à informação dos pacientes é fundamental.
Por último, lembremos da Declaração de Direitos da PVHA (1990) que no seu artigo I diz:
I - Todas as pessoas têm direito à informação clara, exata, sobre a AIDS. Os portadores do vírus têm direitos a informações específicas sobre sua condição.
Resistência à Ciência e Estigma
- Assistimos à resistência à PEP sexual em 2010;
- Também para a PrEP (aqui e no mundo);
- O exemplo recente do artigo de abril de 2018 de um semanário de grande circulação no Brasil nos lembra do início da AIDS, quando a vida sexual dos gays foi escarafunchada e IDEALIZADA por vários veículos de comunicação.
Ou seja a discriminação sobre a sexualidade de algumas populações está tão presente como nos anos 1980!