Capítulo III
Grupo
Experimentando a existência
do eu no (des)encontro com a outra

Oficinas

Realizamos várias reuniões para a elaboração do programa de nove oficinas1 e adotamos como eixos temáticos: aids; relações de gênero; auto-estima; sexualidade; cidadania; participação das mulheres em grupos. Fundamentamo-nos na literatura sobre estes temas2 e estabelecemos que o processo não deveria contemplar somente informações, mas propiciar um questionamento de valores e representações.

Estabelecemos que o processo deveria ser lúdico, prazeroso e motivador para as mulheres, e esta foi uma das razões pelas quais decidimos que os nomes das oficinas poderiam ser trechos de músicas brasileiras que falassem sobre mulheres, seguidos de subtítulos que indicassem a temática de cada oficina. Tomamos ainda o cuidado de elaborar um programa que pudesse ser desenvolvido junto a mulheres com e sem HIV/aids, ou seja, como prevenção e como apoio a pessoas já infectadas3 .

As temáticas foram divididas nos encontros da seguinte forma:

1ª) Oficina – Impacto da aids na vida das mulheres;
2ª) Oficina – Informações sobre formas de transmissão do HIV/AIDS/DST;
3ª) Oficina – Saúde Reprodutiva (gravidez, métodos contraceptivos, aborto);
4ª) Oficina – Corpo (erótico e reprodutivo);
5ª e 6ª)Oficinas – Sexualidade;
7ª e 8ª) Oficinas – Relações de gênero;
9ª) Oficina – Participação de mulheres em grupos, cidadania, emponderamento, fechamento de todas as oficinas.

Os encontros foram realizados aos sábados, tiveram periodicidade mensal e duração de três horas. Em relação à metodologia, adotamos estratégias diversas como brincadeiras, dramatizações, pintura, argila, massagem, dinâmicas, exposição de vídeo etc.

1 - Ver em anexo a programação das oficinas.
2 - A literatura que subsidiou a elaboração da programação e a análise do material coletado pode ser encontrada nas referências bibliográficas.
3 - O programa foi o mesmo para os dois grupos, somente na quarta oficina houve uma diferença: a oficina do GIV foi feita junto com o relato de uma pesquisa sobre mulheres com HIV/aids (realizado pelo CRT–DST/AIDS) e com uma festa de Natal. Já no Mutirão o encontro foi nos moldes de todos os outros. No GIV aproveitamos a oportunidade para favorecer um maior intercâmbio entre mulheres com HIV/aids, pois nesta data recebemos mulheres “de fora”, ou seja, mulheres que não conheciam o GIV e não tinham vivência de trabalho em grupo. Por outro lado, as mulheres que atendemos nas oficinas têm pouco contato com outras e instituições e discussões. O contato foi proveitoso, principalmente para que as visitantes pudessem começar a ter o GIV como referência de apoio.

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