Capítulo
II
A
fala das mulheres:
Contracep��o, aborto, maternidade, sexualidade,
rela��es de g�nero, cidadania e auto-estima
Cidadania
Para muitas mulheres, a cidadania n�o era uma quest�o
e quando tematizada observamos que a concep��o predominante associava
a id�ia de ser cidad� a ajudar outras pessoas a votar.
Cidad� (sil�ncio). Como assim voc� fala?
(....) eu me vejo um pouco... meio com peso na consci�ncia.
Porque eu acho que ser cidad� � ajudar o pr�ximo, n�. Ser mais solid�ria
com o pr�ximo, coisa que eu n�o tenho sido. Assim, participar ajudando
pessoas carentes, em campanhas de aids, da fome, de enchente, isto
� ser cidad�. Como cidad� eu acho que me sinto meio lesada. Por que
voc� vai l� e vota, depois p�ra, pensa e v� o que est�o fazendo pelo
cidad�o, eu acho que � muito pouco, ent�o a gente se sente sempre
lesada.
A no��o de �direito�, no entanto, permeou grande parte
dos depoimentos quase sempre no sentido de destacar a dificuldade
para o seu exerc�cio.
� meio dif�cil, � como se diz, os direitos da gente,
hoje n�o � s� o HIV, qualquer cidad�o, � o geral, t� dif�cil pra todo
mundo.
A tem�tica da exclus�o marcou os depoimentos dos dois
grupos, apontando no entanto uma diferen�a entre ambos. � poss�vel
observar que o tom de cr�tica pol�tica apareceu principalmente no
grupo do Mutir�o. J� no grupo das mulheres com aids, apareceu a necessidade
de reiterar a pr�pria igualdade diante dos outros: