Capítulo
II
A
fala das mulheres:
Contracepção, aborto, maternidade, sexualidade,
relações de gênero, cidadania e auto-estima
Auto estima relacionada ao
corpo a à aids
Quando indagadas a respeito do que menos gostavam em
si mesmas, as respostas das mulheres foram predominantemente ligadas
ao corpo (seios, barriga) e características de personalidade (geniosa,
chata etc.). No que se refere ao corpo, também existiu uma perspectiva
idealizada do feminino. O sonho ou desejo de ter o corpo escultural,
muitas vezes gera vergonha do próprio corpo.
No caso das mulheres com HIV, a auto-estima ligada
ao corpo assume um papel decisivo e freqüentemente as mulheres vivem
com desalento as mudanças do corpo (como engordar ou emagrecer em
demasia, apresentar manchas na pele, alergias e reações aos medicamentos).
Enfim, para quem tem aids, a relação com o corpo é
vivida muito mais intensamente, pois é difícil “esquecer” que se tem
um corpo, seja porque ele dói e ou se transforma.
De qualquer modo, as mulheres parecem ter uma capacidade
muito grande de adaptar-se e mesmo com um certo desapontamento convivem
com a realidade:
Gosto da minha bunda, pena que agora está toda manchada.
Não posso mais usar aquela tanga (risos) mas ainda está bonitinha.