Capítulo
I
Rede
Paulista de Mulheres com HIV/Aids:
Lugar possível de tecer solidariedade, empoderamento e cidadania
TERCEIRO ANO: Plantando em
Comunidades
O empenho de 1999 esteve na construção de espaços direcionados
a homens e mulheres, na construção da cidadania e na organização da
vida para o trabalho.
As atividades executadas foram cursos profissionalizantes,
que têm como temas: informática, panificação, maquiagem, cestaria
e arte no papel; além das oficinas sobre: vacinas, adesão, relações
de gênero, cidadania, preservativo feminino, planejamento familiar,
DST/aids, formação de grupo de ajuda mútua, políticas de medicamento,
políticas sociais, ativismo e liderança.
A partir do sucesso do trabalho da Rede fizemos uma
avaliação e decidimos que o projeto deveria ser estendido também aos
homens e integrar-se com algumas atividades que o GIV habitualmente
já desenvolvia, como as psicoterapias (individual, em grupo, arte-terapia),
algumas oficinas e o “V Encontro de Profissionais e Educadores que
Trabalham com pessoas com HIV/aids” .
Esta decisão surgiu após a percepção de que o trabalho
que desenvolvíamos com as mulheres vivia um certo isolamento dentro
do grupo e demandava uma maior integração, favorecendo a articulação
das mulheres com os homens. Por outro lado, também os homens sentiam
necessidade desta maior articulação e de participarem de atividades
mais estruturadas como as oferecidas pela Rede.
Evidentemente, aqui se coloca a discussão dos espaços
entre mulheres heterossexuais e homens homossexuais6
, pois, na medida em que existem especificidades, temos necessidades
diferentes. Uma solução para esta problemática foi a preservação das
individualidades dentro dos núcleos, Toque de Mulher (mulheres) e
Somos (homossexuais).
Esta experiência que vivemos, na qual pessoas diferentes
compartilham o mesmo espaço, é interessante e elucidativa não somente
para a compreensão do trabalho com as mulheres, mas também para a
leitura de diferentes matizes e implicações da própria aids.
6 - Temos alguns homens
heterossexuais que freqüentam o GIV e também um grupo de filhos de
portadores (as).