Carga viral detectável no sêmen quando a carga viral é indetectável no sangue
Um estudo francês encontrou que 5% de 145 homens HIV-positivos recrutados num estudo de reprodução assistida tinha carga viral detectável no seu sêmen, apesar de ter carga viral indetectável no sangue.
Os homens forneceram amostras pareadas de sangue e sêmen entre 2002 e janeiro de 2008. O limite inferior de detecção do HIV no sangue foi de 40 cópias/ml e 200 cópias/ml no sêmen. Na vasta maioria das amostras (85%), o HIV era indetectável tanto no sangue como no sêmen.
Mas em 3% das amostras o HIV era detectável nos dois fluidos corporais, e em 6% a carga viral era indetectável no sêmen mas detectável no sangue. As 5% de amostras pareadas restantes mostraram que o HIV era indetectável no sangue, mas detectável no sêmen.
Os pesquisadores notam que os pacientes neste 5% tinham todos tomado tratamento antiretroviral por pelo menos seis meses e mantiveram uma carga viral inferior a 40 cópias/ml. Mais ainda, nenhum destes pacientes tinha uma ITS documentada.
Com base nestes achados os pesquisadores concluem, “para casais sorodiscordantes com o desejo de ter uma criança, a tecnologia da reprodução assistida permanece como método preferido, quando acessível para evitar a transmissão do HIV.”
Marcelin A-G et al. Detection of HIV-1 RNA in seminal plasma samples from treated patients with undetectable HIV-1 RNA in blood plasma. AIDS 22: 1677 – 79, 2008. |