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PARCERIAS ENTRE BRASIL E CHINA

18/11/2004 - Agência Aids

Também envolvem combate à Aids

Após fechar vários acordos comerciais, a comitiva chinesa liderada pelo presidente Hu Jintao deixa o Brasil nesta semana. Embora o assunto HIV/AIDS não tenha sido discutido durante as reuniões dos representantes dos dois países, Brasil e China já se relacionam para enfrentar a epidemia que só no país asiático atinge cerca de 1 milhão de pessoas. Trata-se da rede de Transferência de Tecnologia, criada em Bangcoc, Tailândia, durante a XV Conferência Internacional de Aids. O projeto, que conta ainda com mais quatro países, visa principalmente a produção de medicamentos genéricos contra a doença.
O último relatório do Programa conjunto das Nações Unidas para o HIV/AIDS (Unaids) alerta sobre uma possível explosão epidemiológica do vírus HIV na China. Segundo o órgão, em cidades como Houyang, Donghu e Wenlou, a epidemia chega atingir até 80% da população. A província de Henan, um dos berços da civilização chinesa, é um dos mais preocupantes focos do HIV em todo o mundo, pois cerca de 110 milhões de pessoas têm o vírus. Nem na África, continente com o maior número de doentes, se encontram lugares com índices de infecção tão elevados.
Para evitar ainda mais o aumento dessa epidemia, o governo chinês se uniu ao Brasil, Rússia, Ucrânia, Nigéria e Tailândia na criação da rede de transferência de tecnologia para a produção de medicamentos genéricos contra a Aids. Além de remédios, o acordo prevê ainda o intercâmbio de tecnologia para a produção de preservativos e de exames de Aids (CD4, carga viral e testes de detecção do HIV). O pacto é estratégico para o acesso aos insumos e controle da epidemia de Aids nas nações em desenvolvimento. Os países signatários estão localizados nas regiões mais atingidas pela Aids: África, Ásia, Leste da Europa e América Latina e Caribe.
Além disso, a transferência de tecnologia pode resultar em novas drogas ou no aperfeiçoamento dos medicamentos atuais, mesmo daqueles protegidos por patentes. Com os genéricos e as inovações nos medicamentos que já existem, os países podem aumentar o leque de alternativas existentes para o tratamento da doença.
A criação da rede surgiu num momento crucial, pois a partir de 2005 todos os países signatários da Organização Mundial do Comércio (OMC) deverão se adequar ao TRIPS, o acordo de propriedade intelectual, o que pode levar à redução dos investimentos nos países em genéricos e, conseqüentemente, aumentar o custo do tratamento para a Aids.