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VACINA CONTRA HPV

13/11/2004 - Agência Lusa

Promete prevenir câncer de colo de útero

Uma nova vacina poderá ser a solução para os casos de câncer do colo do útero, que anualmente mata mais de 200 mil mulheres em todo o mundo.
Segundo o site do jornal espanhol "El Mundo", estudo demonstrou que a imunização a dois tipos do papilomavírus humano, o HPV, ocorre em quase 100% das pessoas que recebem a vacina. Evitar infecções persistentes na vagina e no útero é chave para combater o câncer, que tem o HPV como principal causa.
Todos os anos, em todo o mundo, registram-se 230 mil mortes relacionadas com o câncer de colo do útero. Estima-se que surjam cerca de 470 mil novos casos de infecção pelo vírus anualmente.
A principal causa deste tipo de tumor é a infecção genital pelo HPV. Existem vários tipos de vírus, mas os mais freqüentemente associados ao câncer cervical são o HPV-16 e o HPV-18 --o primeiro é responsável por mais de 60% destes tumores, o segundo cerca de 10%.
Por isso, as pesquisa sobre prevenção do câncer cervical pela imunização ao vírus têm incidido no desenvolvimento de vacinas que contêm partículas apenas destes dois tipos de vírus.

Eficácia

Para provar a eficácia da nova vacina, cientistas do Centro para o Câncer Norris Cotton e da Escola de Medicina de Darmouth, nos Estados Unidos, conduziram um estudo que envolveu 1.113 mulheres entre os 15 e os 25 anos.
Foram criados dois grupos: 533 mulheres receberam um placebo. Às restantes foram administradas três doses de vacina. Ao fim de 18 meses, a imunização foi eficaz numa grande percentagem de participantes, perto de 100%, tanto contra as infecções persistentes pelo HPV como as ocasionais.
Em editorial publicado na revista científica "The Lancet", Matti Lehtinen e Jorma Paavonen, da Universidade de Helsinque, Finlândia, consideram que a eficácia desta vacina é particularmente importante.
"O HPV 18 está muito associado ao adenocarcinoma cervical, o mais difícil de detectar por uma citologia", explicam.
"Os dados indicam que a vacina poderá contribuir em grande medida para reduzir as taxas mundiais do câncer cervical", defendem os autores do estudo, realçando que a vacina é segura e bem tolerada.
No entanto, eles admitem que são necessários mais estudos para avaliar a longo prazo a eficácia da vacina na prevenção do desenvolvimento deste tipo de tumor. Além disso, é necessário avaliar se existem outros tipos de vírus que deveriam ser incluídos na vacina, e se os homens também devem ser imunizados.