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CÂNCER NA PRÓSTATA

09/11/2004 - Agência Aids

Portadores da gonorréia têm mais chance

Estudos desenvolvidos pela Associação de Urologia dos Estados Unidos e pelo Sistema de Saúde da Universidade de Michigan revelaram que a doença sexualmente transmissível (DST) gonorréia pode causar câncer de próstata, o mais comum entre os americanos. No ano passado, foram confirmados 220.900 casos e 28.900 mortes decorrentes da doença. Mais de 70% dos doentes tinham mais de 65 anos. A informação é destaque desta segunda-feira, 8, no Jornal de Brasília.
Os pesquisadores fizeram perguntas a 703 homens de raça negra saudáveis e a 129 que sofriam de câncer de próstata sobre suas atividades sexuais, a idade de sua primeira relação, a freqüência e os antecedentes de doenças venéreas. "Nossos resultados sugerem que a gonorréia influenciou no desenvolvimento do câncer de próstata em homens negros", destacou Aruna Sarma, cientista do Departamento de Urologia da Escola de Medicina da Universidade de Michigan. No estudo, 65% dos homens com câncer de próstata disseram ter sofrido gonorréia, e mais de uma vez. Para comparação, só 47% dos homens em geral tiveram esse problema.

Gonorréia: Doença infecto-contagiosa que se caracteriza pela presença de abundante secreção (corrimento) purulenta pela uretra no homem e vagina e/ou uretra na mulher. Em alguns casos podem ocorrer sintomas gerais, como a febre. A transmissão é sexual e o risco de contágio é superior a 90%, isto é, ao se ter um relacionamento sexual com um(a) parceiro(a) doente, o risco de contaminar-se é de cerca de 90%.

ESTUDO BRASILEIRO: Entre portadores do HIV/AIDS que tiveram algum tipo de câncer, o Sarcoma de Kaposi e o Linfoma Não-Hodgkin foram os mais comuns

O Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), desenvolveu um estudo com pacientes portadores do HIV que fazem tratamento anti-retroviral e que tiveram algum tipo de câncer.
O trabalho, coordenado pela Dra. Dirce Bonfim, acompanhou 87 pacientes, sendo 80 homens e 7 mulheres entre 1985 e 2003. Os casos de câncer com maior incidência entre os portadores do HIV, tanto nos homens quanto nas mulheres, foram o Sarcoma de Kaposi (que afeta as paredes dos vasos linfáticos, podendo desenvolver-se em diferentes regiões do corpo ao mesmo tempo) e o Linfoma Não-Hodgkin (um tumor que resulta da multiplicação descontrolada de células derivadas de linfócitos T ou B).
A pesquisa constatou também que o uso de anti-retrovirais alterou, significativamente, a sobrevida do portador do HIV com câncer. Usando regularmente os medicamentos para Aids os pacientes conseguiram aumentar a média de vida em mais de 400%.