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ENCONTRO PAULISTA DE VACINAS - GIV

22/10/2004 - GIV

Alto custo de pesquisas impede projetos nacionais de pesquisa

A iniciativa do governo brasileiro em investir nas áreas de tratamento e prevenção da Aids não é a mesma no que se refere às pesquisas para uma vacina contra a doença. Devido ao alto custo dessa pesquisa, o país limita-se a participar de alguns projetos internacionais. Essa discussão foi destaque no Encontro Paulista da Vacinas anti-HIV, que acontece até amanhã na cidade de São Paulo.
Atualmente, três projetos que têm como objetivo descobrir uma vacina contra o HIV/AIDS estão sendo desenvolvidos no Brasil. No entanto, todos contam com patrocínios estrangeiros. O HVTU (Unidade de Pesquisas de Vacinas anti-HIV), do Centro de Referência em DST/AIDS do Estado de São Paulo (CRT) e o Praça Onze, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, integram a Rede internacional de Pesquisas de vacinas anti-HIV (HVTN). Já os testes para uma vacina anti-HIV da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) são patrocinados pelo grupo farmacêutico Merck.
Segundo o diretor adjunto do Programa Nacional de DST/AIDS Raldo Bonifácio, as pesquisas para uma vacina contra o HIV/AIDS são muito caras, por isso o governo não tem investido em iniciativas próprias. “Além do alto custo, dificilmente teremos um retorno financeiro para poder recompensar o investimento”, destacou Bonifácio, ao se referir à complexidade das pesquisas de uma vacina.
Contudo, o diretor afirma que o Ministério da Saúde procura outras alternativas para ajudar nos estudos para uma vacina. “Possuímos alguns sítios (unidades) preparatórios para não deixar em esquecimento a participação brasileira nessa causa”, comentou.
Já o membro do Comitê Nacional de Vacinas Jorque Beloqui acredita que o Brasil poderia investir mais em uma possível cura da doença. “Sou insatisfeito com as pesquisas sobre a Aids no país. Com toda estrutura conquistada para o combate da doença, temos poucos estudos sobre vacinas.”
Os três projetos de pesquisa para uma vacina contra o HIV/AIDS no Brasil estão na Fase I, cujos objetivos são recrutar voluntários e testar a segurança e os efeitos do conteúdo analisado.