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TRATAMENTOS NA TAILÂNDIA

17/10/2004 - www.hiv.org.br

Doses fixas para 300.000 pessoas e ameaça quebrar Patentes

O laboratório farmacêutico do Ministério da Saúde da Tailândia GPO (Government Pharmaceutical Organization) anunciou no início de Outubro que planeja fornecer medicamentos anti-retrovirais genéricos para tratar 300.000 pessoas HIV+ em dois anos e que vai solicitar ao Governo tailandês que adote o licenciamento compulsório para os medicamentos efavirenz e lopinavir/ritonavir. Segundo informações do representante da GPO, a empresa atualmente produz a combinação tripla em dose fixa dos medicamentos, estavudina, lamivudina e nevirapina (GPO-VIR) para 50.000 pacientes residentes no país e que vai expandir sua capacidade de produção em seis vezes após o início das atividades de sua nova fábrica , prevista para 2006. Com esse incremento, a Tailândia pretende fornecer o tratamento para todos os pacientes tailandeses a estender o acesso para outros países vizinhos, Myanmar e Camboja. Em Setembro de 2004, o Governo da Tailândia entregou um milhão de condoms e um suprimento de anti-retrovirais para 200 pacientes no Myanmar, como parte de um acordo entre os dois países. Quanto ao licenciamento compulsório, os representantes da GPO informaram que o preço das versões genéricas desses anti-retrovirais será aproximadamente 80% menor do que o praticado pelos produtores originais. Entretanto, representantes das ONGs internacionais alertam para o fato de que acordos de livre comércio atualmente em negociação com os EUA podem dificultar esse licenciamento compulsório e ainda por em risco a exemplar experiência tailandesa com a produção de anti-retrovirais genéricos. Isso poderá reverter todos os benefícios obtidos no controle da epidemia no país, caso o Governo norte-americano obrigue a Tailândia a interromper a produção de anti-retrovirais genéricos e aumente a proteção das patentes dos medicamentos produzidos pela Industria Farmacêutica dos EUA no país.