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PAÍSES DO LESTE DA EUROPA
10/09/2004 - www.ultimosegundo.com.br
têm taxa de HIV mais alta do mundo
A Comissão Européia (CE) alertou hoje, quarta-feira, sobre o aumento da incidência do HIV em toda a Europa, e em particular em alguns dos países que se incorporaram à União Européia (UE) em maio, que registram as mais altas taxas de crescimento desta doença no mundo.
"A situação está se deteriorando na Europa com um aumento significativo do número das infecções", disse em entrevista coletiva o comissário adjunto de Assuntos Sanitários, Pavel Telicka, que advertiu sobre o risco de uma nova epidemia em todo o continente, como a ocorrida no início dos anos 80.
Segundo relatório do Executivo da União Européia publicado hoje, o número de casos de HIV se duplicou na Europa ocidental desde 1995, e cresceu principalmente na população entre 15 e 25 anos, devido em parte à aparição de tratamentos para a doença que contribuíram para aumentar a despreocupação entre os cidadãos, explicou o comissário.
O estudo indica que cerca de 580.000 pessoas estão infectadas por esta doença na Europa ocidental, e cerca de 1.300.000 na Europa oriental e na Ásia central.
"Embora o consumo de drogas por via intravenosa seja um dos fatores que fazem proliferar a doença em países como Espanha, França, Itália e Portugal, a principal forma de transmissão continua sendo a sexual", indica o relatório, que acrescenta que "existe um risco real de transmissão em grande escala" através das relações heterossexuais.
Segundo o relatório, Itália (140.000) e França (120.000) estão entre os países com maior número de casos de Aids, e Letônia (7.600) e Lituânia (1.300) entre os que registram uma taxa mais alta de crescimento.
O comissário destacou que a situação é especialmente grave em algumas regiões da Europa, como os países Bálticos -Estônia, Letônia e Lituânia-, onde a taxa de crescimento é superior à da África.
Telicka considerou que os governos europeus devem adotar medidas urgentes para combater a doença, começando pela conscientização cidadã através de campanhas de prevenção, e aumentando a coordenação de ações entre países.
"Necessita-se de mais vigilância e atenção política porque é uma doença contagiosa e nossas fronteiras estão próximas a áreas onde o problema é enorme", disse.
O relatório indica, além disso, que a Comissão continuará trabalhando com os países para iniciar medidas destinadas a garantir a integração social, trabalhista e o acesso dos aidéticos à previdência social.
A Comissão deve aportar cerca de 1 bilhão de euros entre 2003 e 2006 a um programa para combater a Aids, a malária e a tuberculose.