Notícias

MAIS PESSOAS PODEM DOAR SANGUE

12/08/2004 - O Popular (GO)

Expectativa é a de que haja aumento de doações

O Ministério da Saúde estipulou novas regras para a doação de sangue, aumentando o leque de possíveis doadores. As mudanças permitem a doação por parte de pessoas que antes estavam proibidas de doar, como, por exemplo, quem tem diabete ou teve alguma doença sexualmente transmissível (DST) como a sífilis, passível de cura. Os diabéticos que não precisam de insulina e estão com a doença sob controle agora podem ser doadores, assim como quem se curou de uma DST há mais de um ano.
As novas regras também facilitam a doação de sangue por parte de outros grupos de pessoas. Quem usa piercing e não podia ser doador antes de completado um ano da colocação do adereço, agora pode doar sangue logo após o procedimento. Do mesmo modo, as pessoas que têm tatuagem e as que se submetem a tratamentos por meio da acupuntura podem doar depois de três dias das sessões. Basta que quem esteja incluído nesses grupos tenha certeza de que o material utilizado (para a colocação dos piercing ou nas sessões de acupuntura) era descartável.
As doações de sangue caíram em praticamente todo o País depois das denúncias de fraudes nas licitações no Ministério da Saúde para a compra de hemoderivados, a chamada Operação Vampiro. Os bancos de sangue, públicos e privados, têm dificuldades em repor e manter o estoque. A expectativa é de que, com as novas regras, haja aumento das doações, afirmou o diretor-técnico do Hemocentro, Célio Oliveira Santos.

Mais segurança

Segundo ele, antes da portaria do Ministério da Saúde, as equipes de triagem ficavam muito inseguras em casos como os das pessoas que têm tatuagem ou usam piercing. "O objetivo da triagem é a proteção do doador e do receptor. A portaria diminuiu um pouco o receio dos encarregados da triagem, porque estabelece alguns critérios", afirmou. Célio Oliveira lembrou que a lei não contempla todos os casos e que, por isso, o médico da triagem tem a prerrogativa de decidir ou não pela doação.
É na triagem que os interessados em doar sangue dão informações importantes sobre suas vidas e hábitos para garantir a segurança das doações. As informações prestadas, em casos como os de quem tem piercing, fez tatuagem ou acupuntura, são fundamentais para a segurança dos pacientes, porque serão os doadores que dirão se os procedimentos foram feitos com a utilização de material descartável.