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1º MINISTRO DO CAMBOJA IMPEDE TESTE
12/08/2004 - Agência Aids
Que usaria medicamentos como forma de prevenção
O primeiro-ministro do Camboja, Hun Sem, ordenou o fim dos planos de testes humanos de remédios anti-Aids que iriam recrutar centenas de profissionais do sexo para determinar se a droga poderia prevenir novas infecções de HIV. O país, cujo Ministério da Saúde aprovou o projeto no ano passado, atualmente tem o maior índice de infecção de HIV do Sudeste da Ásia, relacionado em grande parte ao turismo sexual.
De acordo com o Ministro da Saúde de Camboja, Nuth Sokhom, ele foi instruído pelo primeiro-ministro, Hun Sem, para impedir o projeto de teste do remédio Tenofovir, também conhecido como Viread DF, feito pela companhia de biotecnologia da Califórnia Gilead Sciences Inc.
Ele disse que o primeiro-ministro está preocupado com o esforço das pessoas do Camboja e com os valores e direitos humanos, e não está autorizado que os testes sejam feitos em humanos. O primeiro ministro repetiu sua objeção contra qualquer experiência com remédio anti-Aids com os cidadãos de seu país em um discurso na semana passada, e que isso deveria ser testados em animais.
O medicamento Viread já é usado para tratar pessoas infectadas pelo HIV no Camboja. No entanto, o novo teste seria dirigido para determinar se o remédio pode prevenir infecção em pessoas que ainda não têm a doença.
Parcialmente financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, o teste proposto iria recrutar quase 1.000 profissionais do sexo. A experiência seria dar o Viread para um grupo e para o outro um remédio falso durante um mesmo período. Assim, poderia ver se aqueles que tomaram o remédio tinham uma incidência de infecção de HIV estatisticamente menor.
O teste seria conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia de São Francisco, Universidade de New South Wales e com financiamento adicional do Instituto de Saúde Nacional dos Estados Unidos.
Membros de um grupo de direito das profissionais do sexo, Women Network for Unity, recusaram-se a participar do estudo, citando a falta de seguro contra potenciais efeitos colaterais. Keo Tha, líder do grupo, disse que mandou uma carta para Hun Sem agradecendo-o por impedir o estudo.
Fonte: Agência Associated Press