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A QUALIDADE DOS MEDICAMENTOS

09/08/2004 - Reuters

OMS tira 3 genéricos anti-Aids indianos da lista de recomendados

A Organização Mundial da Saúde anunciou na quarta-feira a retirada de três medicamentos genéricos indianos contra HIV/Aids, fabricados pelos Laboratórios Ranbaxy, de sua lista de remédios recomendados, por causa de dúvidas sobre a qualidade.
A Ranbaxy não comprovou que os remédios são biologicamente equivalentes às versões patenteadas, disse a agência da ONU em um comunicado.
Os anti-retrovirais em questão são um comprimido com uma combinação tripla de lamivudina, stavudina and nevirapina, em duas dosagens diferentes, além de um de lamivudina com zidovudina.
Medida semelhante foi adotada em maio contra duas drogas produzidas por outra empresa indiana, a Cipla. A pílula três-em-um da Cipla cumpriu os padrões de equivalência e continuará na lista.
A combinação tripla de drogas se tornou um tratamento padrão para combater o HIV, já que o vírus que causa a Aids sofre mutações muito rápido e precisa ser atacado em várias frentes ao mesmo tempo. A Ranbaxy e a Cipla foram pioneiras no fornecimento de versões genéricas dessas drogas nos países pobres, principalmente na África, para alívio dos ativistas do combate à Aids.
Mas indústrias farmacêuticas ocidentais e autoridades norte-americanas questionam se os produtos seguem os mesmos padrões dos originais.
Representantes da Ranbaxy em Nova Délhi não comentaram a atitude da OMS. Mas a decisão é um revés para a empresa, que anunciou no fim de semana seus planos de submeter seus medicamentos anti-Aids à FDA, agência reguladora de drogas e alimentos dos EUA.
A lista da OMS, que hoje inclui cerca de 60 anti-retrovirais, foi criada há dois anos para ajudar as agências de assistência a adquirir remédios para combater a epidemia da doença na África e na Ásia. Na lista há tanto genéricos como medicamentos patenteados.
A OMS lançou uma campanha para levar anti-retrovirais a 3 milhões de pessoas no mundo desenvolvido até o fim de 2005. Até 30 de junho deste ano, apenas 440 mil pessoas os recebiam.
Os três medicamentos da Ranbaxy não voltarão à lista até que a empresa entregue dados de novos estudos com "evidências inequívocas" da bioequivalência com os originais, disse a OMS.
A patente da lamivudina e da zidovudina pertence à GlaxoSmithKline; a da stavudina pertence à Bristol-Myers Squibb; a da nevirapina pertence à Boehringer Ingelheim.