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FALTA ASSISTÊNCIA BÁSICA
05/08/2004 - Agência Aids
É necessário para melhorar a saúde dos portadores
Hoje, dia 05 de agosto, é o Dia Nacional da Saúde. Nos últimos anos, o sucesso do Programa Nacional de DST/AIDS tem sido contemplado por possibilitar o acesso ao tratamento anti-retroviral e, por conseqüência, uma melhora na saúde das pessoas infectadas. Porém, especialistas acreditam que além das reações provocadas pelos medicamentos, os portadores do HIV também sofrem pela falta de atendimento básico à saúde.
Na coordenação da Associação François Xavier Bagnoud do Brasil (AFXB), organização não governamental especializada em crianças soropositivas, está José Araújo. Ele acredita que as crianças portadoras de HIV/AIDS sofrem por questões fundamentais. Encontramos dificuldades em conseguir leito, atendimento dentário e medicamentos básicos, destacou.
Para ele, a assistência à saúde mental das crianças com HIV/AIDS é muito ruim. Existem os medicamentos anti-retrovirais, mas falta acompanhamento psicológico. Araújo considera que a saúde das crianças soropositivas tem que ser cuidada de forma completa.
Já a Dra. Marinella Della Negra, médica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, ressalta os malefícios provocados pelas drogas anti-retrovirais. É necessário uma terapia mais fácil e com menos toxicidade."
Sobre o tratamento de crianças soropositivas, Dra. Della Negra sugere uma melhor palatabilidade dos medicamentos. Ninguém se preocupa em fazer medicamentos anti-retrovirais com sabores mais agradáveis às crianças. O gosto é horrível, afirmou.
Roberto Chateaubriand, vice-presidente do Grupo de Apoio e Prevenção à Aids de Minas Gerais, afirma que a assistência ao portador de HIV/AIDS ainda fica a desejar. O acesso à terapia anti-retroviral foi muito importante, mas ainda sofremos com a falta de medicamentos básicos para doenças oportunistas, comentou.
Segundo Chateaubriand, os soropositivos são estigmatizados. Hoje, as pessoas vivem com Aids e levam uma vida normal. Contudo, um portador do HIV não é atendido em um posto básico de saúde. Ele destacou ainda que é necessário investir em princípios essenciais para melhorar a saúde em todo o país. Acesso à educação, moradia e alimentação, citou.
No próximo dia 26, o Movimento de Articulação Nacional, composto por ONG/AIDS de todo o Brasil, prepara um manifesto para cobrar por problemas específicos em cada região do país.