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PLANTAS CONTRA AIDS

28/07/2004 - UOL / EFE

Cientistas estudam plantas para usar contra Aids

Uma equipe de cientistas europeus quer aperfeiçoar as
técnicas de fabricação de anticorpos e vacinas a partir de
plantas geneticamente modificadas para evitar e tratar
doenças como a Aids, a raiva e a tuberculose, informou hoje,
quinta-feira, a Comissão Européia em comunicado.
Do projeto, que contará com 12 milhões de euros de
financiamento do bloco europeu, participarão 39 laboratórios
e sócios industriais reunidos no consórcio Pharma-Planta,
formado por Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Holanda,
Suécia, Áustria, Grécia, Irlanda, Bélgica, Suíça e África do
Sul.
A idéia é utilizar cultivos geneticamente modificados com o
objetivo de produzir produtos farmacêuticos a base de plantas,
explica a nota.
Segundo a Comissão Européia, é provável que uma das primeiras
aplicações, a base de milho, "seja um anticorpo que
neutralize o vírus da Aids", o que "poderia ser incorporado"
a um creme microbicida de fácil aplicação destinado a
bloquear a transmissão do HIV.
Outra aplicação pode ser criar um anticorpo contra a raiva,
doença que causa até 70 mil mortes por ano, que poderia ser
empregado pelo paciente após haver contraído o vírus.
Diferentemente dos métodos tradicionais de fabricação de
remédios, a obtenção de plantas modificadas geneticamente para
produzir certo gene com o qual obter um medicamento é muito
mais barata e dá acesso a um grande número de remédios e
vacinas.
O comissário europeu de Pesquisa, Philippe Busquin, afirmou
que o consórcio "combinará atribuições de várias disciplinas,
como a imunologia e a botânica, com o objetivo de oferecer
perspectivas concretas nesse complexo âmbito".
O consórcio Pharma-Planta iniciará seus testes clínicos daqui
até o final de 2009, quando termina o período de
financiamento do projeto.
Os estudos serão dirigidos pelo Instituto Fraunhofer de
Biologia molecular e Ecologia de Aix-a-Chapelle, na Alemanha,
e coordenados em nível científico pela Faculdade de Medicina
do Hospital Saint George de Londres.