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O PARADOXO DA AIDS

27/07/2004 - Agência Aids

Uma situação norte-americana

Alguns anos depois de o coquetel anti-retroviral ser
disponibilizado em 1996, transformando a Aids em uma doença
crônica, práticas sexuais de risco começaram a surgir nos EUA
e Europa. Novos diagnósticos do HIV nos EUA, que eram
estáveis, subiram 5% de 1999 a 2002, com um aumento de 17%
entre os homens gays.
Os remédios anti-retrovirais ainda são um sonho para grande
parte do mundo. Apenas 7% daqueles que precisam de tratamento
fora dos países ricos os conseguem, cerca de 400 mil pessoas.
Mas esse número logo deve chegar aos milhões, e é crucial que
o padrão do mundo desenvolvido - melhor tratamento
aparentemente para índices de infecção mais altos - não se
repita.
Um recente relatório do Global HIV Prevention Working Group,
uma organização de especialistas em Aids, alerta sobre esse
perigo. Ele também indica as muitas formas de o tratamento
para a Aids ajudar nas campanhas de prevenção. Países como o
Brasil, que enfatizam o tratamento e prevenção
simultaneamente, são um exemplo.
O paradoxo do tratamento levando as novas infecções ocorre de
várias formas. Pessoas doentes com uma melhora na saúde
devido aos remédios anti-retrovirais se sentem bem o
suficiente para praticarem sexo, transmitindo o HIV. Os
governos tendem a ser casuais em relação às campanhas de
prevenção. Isso é uma vergonha; as pessoas que recebem
aconselhamento tendem a reduzir o comportamento sexual de
risco.
O mundo deve investir mais na prevenção. Treinar e contratar
conselheiros exige dinheiro, assim como as pesquisas e um
estoque confiável e adequado de preservativos. Mas o aumento
dos recursos para prevenção, cuidadosamente gastos, vai
complementar novos tratamentos para a Aids, juntos salvando
milhões de vidas.

Fonte: New York Times