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DETENTOS COM AIDS

20/07/2004 - DIÃRIO DA MANHÃ (GO)

A situação no maior complexo prisional de Goiás

Pesquisa mostra que 5% dos presos do maior complexo prisional de Goiás têm vírus HIV, média acima da população soropositiva

Pela primeira vez um estudo sobre soropositivos mostra a realidade dos presos que cumprem pena em regime fechado na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (Poli), em Goiânia. O estudo revela que 5% de um conjunto de 300 reeducandos examinados têm HIV. A prevalência da aids neste grupo está acima da média da população soropositiva do Estado, que é de 0,5% de portadores de HIV.
O quadro é liderado pelos homens, que representam 90% dos casos analisados. Embora as mulheres ainda sejam minoria, a participação delas cresceu na última década, mesmo não tendo estudos anteriores.
No entanto, a direção do presídio confirma que atualmente, de 24 portadores do HIV que estão atrás das grades, em princípio duas pertencem à ala feminina.
A pesquisa denominada Situação Epidemiológica das Pessoas Vivendo Sob Liberdade Vigiada é uma parceria do Departamento de Biologia da Universidade Católica de Goiás (UCG), Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen) e o Hospital de Doenças Tropicais (HDT).
A idéia é da UCG e o projeto é voltado para a preservação, reeducação e mudança de comportamento sexual dentro dos presídios. O trabalho analisa ainda a situação epidemiológica e traça uma política de assistência e prevenção aos pacientes que necessitam de tratamento.
Análise – A coleta de material biológico dos reeducandos foi a primeira etapa do trabalho que começou em maio deste ano e foi concluída este mês. Por meio de exames de sangue, foram analisadas também outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) como a sífilis e as hepatites B e C. O perfil da população confinada com o vírus HIV encontra-se acima dos 25 anos de idade. A maioria procedente de núcleos habitacionais com pelo menos um filho.