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AIDS NA AMÉRICA LATINA E CARIBE

20/07/2004 - www.hiv.org.br

OMS e UNAIDS divulgam dados sobre situação da epidemia

Segundo o relatório recentemente divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a programa internacional específico da ONU (UNAIDS), a AIDS continua se espalhando rapidamente pela América Latina e Caribe e os números do novo relatório são superiores ao do ano anterior. Em 2003, a doença matou 120.000 pessoas e o HIV contaminou mais de 250.000 indivíduos nesse período, aumentando as estimativas do total de infectados vivendo com HIV/AIDS para cerca de 2 milhões, segundo o relatório. O país mais atingido na região é o Haiti, com 5.6% da população contaminada pelo vírus da AIDS. O relatório acrescenta que a epidemia na América Latina tende a se concentrar em grupos de população com riscos específicos para o HIV, e que baixas percentagens gerais encontradas em alguns países ocultam epidemias graves em setores específicos altamente vulneráveis ao HIV. O Brasil, apesar de ter uma incidência nacional inferior a 1%, é citado como um exemplo dessa situação, pois apresenta níveis de infecção entre usuários de drogas injetáveis superiores a 60% em algumas regiões do país. Na Argentina, 24% da população homossexual masculina é portadora do HIV. Entretanto o relatório destaca que o esforço do Brasil de prevenir a infecção entre mulheres grávidas que fazem pré-natal, iniciado nos anos 90; manteve as taxas de infecção nesse grupo abaixo de 1%. Na América Central e Caribe, a incidência entre homem que fazem sexos com homens se mantêm uniformemente elevada, variando de 9% na Nicarágua a 24% na Argentina. Entre profissionais do sexo, essa taxa é bastante heterogênea na América Central, chegando a 10% em Honduras. No Caribe, a epidemia se apresenta sobretudo entre heterossexuais, com alta prevalência em prostitutas. Já em Cuba a incidência é muito menor que 1% da população. A exclusão também influiu significativamente nos dados.A cobertura de tratamento anti-retroviral na região é de aproximadamente 55% das necessidades estimadas (210.000 de um total de 380.000 pacientes). Entretanto, existem grandes diferenças em termos de acesso entre os países, sendo aproximadamente 100% no Brasil, Argentina e Chile e com valores abaixo de 10% em diversos países da América Central e do Caribe. O relatório conclui afirmando que é necessário que os países aceitem a realidade do consumo de drogas injetáveis e das relações homossexuais e que negar e estigmatizar tais comportamentos favorece sobremaneira as epidemias silenciosas de HIV em curso.