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EPIDEMIA DE AIDS EM CUBA

17/07/2004 - Agência Aids

Onde foram detectados quase todos os subtipos do HIV

A epidemia de Aids em Cuba, onde foram detectados quase todos os subtipos do Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV), torna a ilha caribenha um estopim. A advertência foi feita hoje por cientistas latino-americanos em Bangcoc. "Cuba é uma bomba-relógio", destacou a doutora Gloria Echevarría, professora de Inmunologia na faculdade de medicina da Universidade da Venezuela e membro da junta do governo da Sociedade Internacional da Aids. A mesma preocupação pela situação da Aids em Cuba é compartilhada pelo professor Luis Enrique Soto, chefe de Virologia Molecular do departamento de Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição do México, assim como por Ivette Lorenzana de Rivera, microbióloga da
"Gostaria de dizer que não tenho nada contra Cuba, mas o país representa uma péssima forma de se lidar com esse mal na América Latina", apontou o doutor Soto, também membro da diretoria da Sociedade Internacional da Aids. Os três cientistas latino-americanos, que participaram da XV Conferência Internacional da aids realizada em Bangcoc, disseram que um estudo elaborado no ano passado por especialistas de vários países revelou que em Cuba existem "todos os subtipos de HIV africanos". A professora Echevarria explicou que a presença dos subtipos do HIV procedentes da África tem relação com o desdobramento das tropas cubanas em Angola.
Além disso, os três cientistas latino-americanos e membros da junta do governo da Sociedade Internacional da Aids duvidaram da qualidade dos remédios anti-retrovirais que se produzem em Cuba e são adquiridos por outros países da América Latina para tratar os pacientes infectados pelo HIV. "Não me atrevo a garantir que neste momento, os anti-retrovirais que temos na Venezuela, e que chegam via Cuba, são os que o paciente precisa", disse a doutora Echevarria.
Por sua vez, o professor Soto apontou que "a duvidosa qualidade dos remédios cubanos" é um perigo, porque incide diretamente no aumento do nível de resistência aos anti-retrovirais". Segundo O Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV-AIIDS (UNAIDS), em 2003 estimava-se que o número de infectados em Cuba era de 3.300, uma centena de casos a mais que em 2001.

Fonte: Agência EFE