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AIDS: NÃMEROS ALTOS NA ÃNDIA E ÃFRICA
08/07/2004 - UOL NOTICIAS
Aids atinge quase 38 milhões de pessoas no mundo
O número de pessoas infectadas com o vÃrus da Aids continua aumentando em todas as regiões do mundo e calcula-se que já supere 37,8 milhões, o que é atribuÃdo em parte à s limitações dos programas de prevenção, segundo o relatório anual do Unaids -programa da ONU contra a Aids.
O relatório, publicado em 06 de julho de 2004, alerta que entre as situações mais graves estão a alta ocorrência da Aids entre as jovens grávidas na Ãfrica subsaariana e a disseminação da epidemia na Europa oriental e na Ãsia central devido ao consumo de drogas injetáveis.
Em vários paÃses ricos, as relações homossexuais tiveram papel importante na propagação da epidemia no ano passado e, segundo os números mais recentes, são responsáveis por 25 por cento das infecções registradas na América do Norte.
Na apresentação do relatório, o diretor do Unaids, Paul De Lay, disse que atualmente apenas uma em cada cinco pessoas tem acesso a serviços de prevenção e somente 7% dos portadores do vÃrus em paÃses pobres têm acesso a remédios contra a doença.
Por outra lado, o relatório destaca os avanços em relação ao financiamento dos programas de luta contra a Aids, mas insiste que os recursos disponÃveis ainda não são suficientes.
Em 1996, quando o Unaids foi criado, as despesas relacionadas com o vÃrus nos paÃses de baixa e média renda eram somente de 300 milhões de dólares, mas, com o aumento de recursos, agora se elevam para 5 bilhões.
Segundo as estimativas, em 2005 serão destinados 6 bilhões de dólares para a luta contra a Aids, quando de fato serão necessários 12 bilhões, enquanto os recursos requeridos em 2007 serão de 20 bilhões de dólares.
Os números da doença
De acordo com os números mais recentes obtidos no mundo todo, o Unaids calcula que 4,8 milhões de pessoas contraÃram o vÃrus durante 2003, enquanto outros 2,9 milhões morreram no mesmo perÃodo. A Aids matou mais de 20 milhões pessoas desde que o primeiro caso foi identificado, em 1981. Desde então, a mudança fundamental foi a melhoria da qualidade de vida dos portadores do vÃrus, sobretudo nos paÃses industrializados, onde o acesso aos remédios é maior que nas nações pobres.
Depois da Ãfrica do Sul, com 5,3 milhões de infectados, a Ãndia registra o maior número de pessoas com Aids, com cerca de 4,6 milhões, o que o Unaids atribui aos conhecimentos ainda limitados e insuficientes da população quanto à doença.
Em algumas regiões da Ãndia, entre 25 e 35 por cento da população jamais ouviu falar da Aids, não receberam informação sobre doenças sexualmente transmissÃveis ou desconhecem o vÃnculo entre as duas.
O relatório, no entanto, destaca o sucesso da Tailândia na luta contra a doença, que conseguiu reduzir o número de novas infecções de 140 mil por ano em 1991 para 21 mil em 2003.
A base dos tratamentos contra a Aids são feitos com drogas anti-retrovirais que ajudam o organismo a conter a doença e aumentam a expectativa de vida do soropositivo. Nos paÃses em desenvolvimento, o tratamento com estes medicamentos consiste em duas pÃlulas diárias. Nos paÃses mais ricos, a terapia de remédios costuma incluir oito ou mais pÃlulas diariamente.
No último Dia Nacional da Luta contra a Aids, em 1º de dezembro, a ONU anunciou que pretende beneficiar três milhões de pessoas soropositivas de paÃses pobres com drogas anti-retrovirais até o final de 2005. Paralelamente, os paÃses com maior incidência deverão investir em campanhas de combate e esclarecimento.
Enquanto campanhas de prevenção contra a Aids no mundo inteiro apelam para a importância do uso da camisinha para evitar o contágio pela doença sexualmente transmissÃvel, o Vaticano continua condenando publicamente o uso de preservativos. A Igreja Católica defende a fidelidade, castidade e abstinência sexual como métodos preventivos eficientes.
De acordo com o documento divulgado pelo Vaticano, a rejeição ao uso de preservativos é uma forma de evitar a promiscuidade na sociedade. A posição da Igreja Católica, que também é contra o uso de métodos contraceptivos artificiais, causa polêmica e controvérsia em diversos setores da sociedade.
Com informações da Unaids, BBC, AFP, EFE e Reuters