Notícias

VITAMINAS NO TRATAMENTO DA AIDS

02/07/2004 - Agência Aids

Estudo revela que vitaminas podem ajudar

O jornal New York Times traz como destaque, nesta quinta-feira, 01, o resultado de um estudo sobre o uso de vitaminas no tratamento de mulheres soropositivas. A pesquisa desenvolvida, durante oito anos, por cientistas da Escola de Saúde Pública de Harvard, revela que as vitaminas E B e C ajudam no combate do HIV.
As vitaminas não são a cura ou um substituto para a terapia antiretroviral, disseram os pesquisadores. Mas para as mulheres mal-nutridas da África ou Ásia com pouca esperança de conseguirem remédios melhores, as vitaminas são uma forma barata e segura de dar a elas mais alguns meses de vida e um pouco menos de miséria antes da morte, sugere o estudo.
“O estudo é importante para os países subdesenvolvidos, especialmente para mulheres grávidas ou aquelas que já deram à luz, que são um grupo nutricionalmente vulnerável”, afirmou a Dra. Lynne Mofenson, chefe do departamento pediátrico e maternal do Instituto de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, um dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, em inglês).
O Dr. Richard G. Marlinck, que ajuda a administrar programas de tratamento em seis países africanos em seu duplo papel como diretor do Instituto de Aids em Harvard e assessor cientifico da Fundação Elizabeth Glaser, disse que o estudo vai fazê-lo recomendar as vitaminas para pacientes nos seis programas. “Isso é animador porque custa apenas centavos e pode adiar o momento em que você precisa começar a tratar com remédios caros e tóxicos”, explicou.
O estudo, realizado pela Escola de Saúde Pública de Harvard e pela Faculdade de Medicina da Universidade de Muhimbili, na Tanzânia, acompanhou 1.078 mulheres entre 1995 e 2003. As mulheres foram recrutadas quando estavam grávidas.
Como milhões de outras em países pobres, elas não tinham acesso à terapia conhecida como coquetel da Aids, por isso a infecção pelo HIV significava uma sentença de morte em decorrência da tuberculose, meningite, pneumonia, sarcoma de Kaposi, diarréia ou outra infecção oportunista.
As vitaminas, custando menos de US$ 15 por ano, podem prolongar a vida de portador da Aids, conclui o estudo. Os suplementos não atacam o vírus, mas aumentam o reforço do sistema imunológico do corpo, permitindo que ele faça isso. As vitaminas contêm cerca de três vezes a dose diária recomendada de vitamina E e seis a dez vezes a dose de vitaminas B e C. O estudo descobriu que 30% menos mulheres que receberam as vitaminas morreram ou tiveram sua doença progredida durante o estudo em relação às mulheres que receberam placebo.

Fonte: New York Times

Medida não é aconselhada por Grupo de nutrição em AIDS de São Paulo

O Grupo de Estudos de Nutrição em AIDS (GENA), ligado à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, recomenda a melhor alimentação possível, sem a super dosagem de nenhuma vitamina.
Segundo Elenice Morales, Coordenadora do GENA, a quantidade de seis a dez vezes a dose de vitaminas B e C pode não ser aceita pelo rim do portador do HIV/AIDS. “Até agora não recomendamos essa dosagem em nenhum caso, pois eles já tomam diariamente as drogas anti-retrovirais”, explicou.
Para ela, a dosagem de vitamina destacada pelo estudo da Escola Pública de Harvard é uma tentativa de aumentar a defesa do sistema imunológico das pessoa com HIV. “Porém, nós aconselhamos uma dieta equilibrada com todos os nutrientes, mas sem exagero”.
A nutricionista afirmou ainda que as vitaminas E (castanhas e nozes), D (carne) e C (frutas) são anti-oxidantes.