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OS REFUGIADOS E A AIDS
30/06/2004 - Agência Aids
Unaids intensifica luta contra a epidemia
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) ganhou mais um parceiro na luta contra a AIDS: o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) tornou-se o décimo co-patrocinador do UNAIDS. A parceria entre os organismos aconteceu na última sexta-feira, 25 de junho,
O ACNUR está na linha de frente no combate ao HIV junto a uma população particularmente vulnerável. Os refugiados estão expostos ao risco de infecção na medida em que guerras e conflitos os submetem a condições de pobreza, desintegração familiar, desordem social e maior violência sexual duras realidades para muitos. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados reconhece que a prevenção ao HIV é central para a proteção dos refugiados como um todo.
Cerca de 17 milhões de pessoas em 120 países são assistidas pelo ACNOR. O Alto Comissariado já desenvolve ações na área da Aids, entre elas o Plano Estratégico sobre Aids e Refugiados (2002-2004). Durante os últimos dois anos, seus programas têm avançado e se tornado mais abrangentes em áreas como testagem e aconselhamento voluntário, assim como prevenção da transmissão vertical. A agência também está comprometida com a diminuição do estigma e da discriminação que os refugiados podem enfrentar por serem às vezes considerados culpados pela disseminação do vírus. Isso ocorre apesar de a prevalência de HIV em populações refugiadas ser freqüentemente inferior à da comunidade anfitriã.
O ACNUR é absolutamente vital na luta contra o HIV, afirma Peter Piot, Diretor Executivo do UNAIDS. Garantir que os refugiados se beneficiem de esforços eficientes de prevenção significa que populações traumatizadas que tiveram que fugir de suas casas podem evitar maior devastação em conseqüência da Aids.
Até hoje, os refugiados têm sido freqüentemente ignorados nos programas sobre HIV dos países anfitriões. Juntamente com o UNAIDS, o ACNUR acredita que alcançar essas populações marginalizadas é essencial para o sucesso de qualquer estratégia nacional contra a Aids. Elas devem ser levadas em consideração na formulação de políticas e intervenções, incluindo o fornecimento de terapia antiretroviral. Países anfitriões deveriam parar de excluir os refugiados de seus programas de HIV. É altamente discriminatório e totalmente contra-produtivo, destaca Ruud Lubbers, o Alto Comissário da ONU para Refugiados. Esses indivíduos foram negligenciados por tempo demais.
O conhecimento do ACNUR é inestimável para o desenvolvimento e a administração de respostas à epidemia dentro da complexidade das situações humanitárias dos refugiados. A agência tem uma vasta experiência em muitas das zonas de conflito no mundo, auxiliando os pobres e negligenciados em áreas assoladas por guerras, revoltas e Aids.
O UNAIDS e o ACNUR já estão colaborando nos contextos de crises regionais, como na região dos Grandes Lagos na África e no leste africano. Ambas as agências estão trabalhando conjuntamente para produzir instrumentos e diretrizes para ação coordenada contra o HIV. Tal cooperação será aprofundada com a adesão do ACNUR como o décimo co-patrocinador do UNAIDS.