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COORDENAÇÃO POLÍTICA DO UNAIDS
25/06/2004 - Agência Aids
Brasil ocupará cargo importante
O governo brasileiro vai ocupar a vice-presidência do PCB (grupo de coordenação política do Unaids - órgão da Organização das Nações Unidas para as ações contra a Aids no mundo). A eleição foi anunciada nesta quarta-feira (23), em Genebra Suíça. A presidência ficou com o Canadá, que é afinado com o Brasil na defesa da ampliação do tratamento para Aids, flexibilização das leis de patentes e produção de genéricos.
O cargo é ocupado pelo Ministério da Saúde, podendo ser representado tanto pelo ministro, Humberto Costa, quanto pelo diretor do Programa Nacional de DST/Aids, Alexandre Grangeiro. A indicação do Brasil foi feita, entre outros países, pela Zâmbia, que envia comissão técnica para avaliar proposta de cooperação com o Brasil na área de tratamento na próxima semana.
Dr. Alexandre Grangeiro, que está voltando de Genebra nesta quinta-feira, acredita que a posição que o Brasil passa a ocupar na instituição é da maior importância para a defesa de políticas de prevenção, tratamento, ativismo e cooperação técnica que possam provocar avanços relevantes nas ações mundiais para controle da Aids, especialmente na África e na América Latina e Caribe.
A nova função do Brasil no PCB também dá direito ao país de se candidatar à presidência no próximo ano. Com a vice-presidência, o governo brasileiro reforça seu papel de liderança na luta mundial contra a Aids, principalmente em questões como direitos humanos, garantia de tratamento e política de prevenção afinada com o respeito à diversidade sexual e ao comportamento sócio-cultural dos segmentos populacionais mais vulneráveis à epidemia.
Fonte: PN-DST/AIDS
Sociedade civil organizada considera importante, mas destaca a necessidade de voltar esforços para o Brasil
O Programa Nacional de DST/Aids é citado como exemplo no mundo inteiro, porém ativistas ligados às ONG que ajudam pessoas vivendo com HIV, acreditam que ainda há o que melhorar na assistência dos pacientes.
Segundo José Araújo Lima Filho, presidente da AFXB - Associação François Xavier Bagnoud do Brasil, a importância do programa brasileiro de combate a Aids está no acesso aos medicamentos anti-retrovirais, mas é necessário controlar as ações em todos os estados. Não temos o melhor programa de Aids do mundo, temos um bom programa, porém acredito que muitos governadores e prefeitos acabam limitando as políticas de ações, porque redirecionam verbas das DSTs para outras questões, comentou.
José Araujo afirmou que o UNAIDS tem boas intenções, mas não consegue agir em detrimento dos países poderosos, por isso mesmo com a participação brasileira, não deve ocorrer grandes mudanças.
Da mesma opinião é a integrante do Grupo Cidadã PositHIVa, Beatriz Pacheco. Para ela, que atua no combate da doença no Rio Grande do Sul, o que é exportado sobre o Programa Nacional de DST/Aids se refere ao eixo Rio - São Paulo, pois o interior de quase todos os estados passam por muitos problemas. Beatriz disse que o dinheiro do Ministério da Saúde não é fiscalizado e acaba não chegando aos pacientes como deveria chegar.
Já para o Presidente do Fórum de ONG/Aids de São Paulo, Eduardo Barbosa, a importância do Brasil no cenário mundial merece destaque. Mas o ativista destacou que algumas regiões brasileiras, ainda não usufruem de vários recursos.