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Países pobres têm remédios mais baratos

29/04/2003 - ESTADO DE SÃO PAULO

A GlaxoSmithKline dá desconto de até 47% em medicamentos vitais.

A GlaxoSmithKline dá desconto de até 47% em medicamentos vitais para infectados

NOVA YORK - A GlaxoSmithKline reduziu ontem em até 47% os preços dos medicamentos contra a aids nos países mais pobres, o quinto desconto desde 1997. A segunda maior companhia farmacêutica do mundo informou que pôde dar esse desconto porque há mais eficiência no processo de fabricação e em razão do incremento das economias de escala.

A última vez que a empresa diminuiu o preço dos remédios foi em setembro.

"Essas reduções demonstram nosso compromisso para fazer que medicamentos vitais sejam mais acessíveis", disse Jean-Pierre Garnier, diretor-executivo da companhia, que tem sede em Londres.

Os descontos estão disponíveis em 63 países, entre eles todos os da África subsaariana. Na África do Sul, onde se acredita que 4,7 milhões de pessoas tenham sido infectadas, funcionários governamentais e ativistas afirmaram que a redução dos preços foi um passo na direção correta, mas esclareceram que não é o suficiente.

"Qualquer esforço ou intervenção da indústria para diminuir os preços dos medicamentos, incluídos os anti-retrovirais, é bom, mas a redução do preço dessas drogas não significa necessariamente que estejam ao alcance daqueles que mais necessitam delas", comentou o diretor-geral do Ministério da Saúde sul-africano, Ayanda Ntsaluba.

A última redução da Glaxo no preço do remédio Combivir, fundamental para a maior parte dos tratamentos contra a aids, foi de 47%, o que o faz custar US$ 0,90 por dia (custava US$ 1,70 antes e nos Estados Unidos custa US$ 18 diários). O preço do Epivir (3TC) diminuiu 45% (US$ 0,35 por dia), enquanto o do Retrovir (AZT) baixou 38% (US$ 0,75 por dia).

Nos EUA e na Europa, um tratamento para aids custa em média US$ 15 mil por ano. (AP)