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AIDS NA ÁSIA
16/06/2004 - EFE
China vai construir o primeiro centro para órfãos da aids
O governo chinês anunciou hoje, quarta-feira, a construção do primeiro orfanato para crianças cujos pais morreram vítimas da aids na província central de Henan, a mais afetada pela epidemia.
O centro, cuja construção começará este ano, contará com um orçamento inicial de 420 milhões de dólares e acolherá por volta de 80 crianças com idades entre 6 e 9 anos.
"Os órfãos não só são vítimas da doença, mas da discriminação social. É nossa responsabilidade proporcionar a eles o melhor dos cuidados possíveis", assinalou o presidente da Federação de Indústria e Comércio, Huang Mengfu.
Embora o orfanato vá ser administrado pelas autoridades locais, sua construção será possível graças à organização não-governamental "Fundação China do Laço Vermelho" e às contribuições econômicas de mais ou menos 20 companhias chinesas.
O hospital ficará em Shangcai, um dos povoados mais afetados pela infecção de aids que afetou esta província em meados da década de 90.
Segundo as cifras oficiais, existem mais ou menos 2.000 órfãos pela aids em Henan, onde 12.000 pessoas estão registradas como portadores do vírus HIV, embora fontes independentes situem esta cifra em várias centenas de milhares.
O governo chinês atribuiu 2,6 milhões de dólares à luta contra a aids este ano, embora os especialistas considerem que o investimento não poderia ser menor que 12 milhões de dólares.
O Executivo mantém que a aids afeta menos de um milhão de pessoas, embora a ONU advirta que o número de portadores do HIV pode superar os 10 milhões no final desta década, em caso de não serem adotadas "medidas urgentes", o que lhe equipararia aos níveis da África subsaariana.
O número de portadores do vírus da aids aumenta 50 por cento anualmente, a metade destes têm entre 20 e 29 anos, e mais de 60 por cento contraem a doença por via intravenosa.