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AIDS ATINGE O AFEGANISTÃO

02/06/2004 - Reuters

Afeganistão registra primeiras mortes oficiais por Aids

As mortes de um afegão e de dois de seus filhos marcaram as primeiras fatalidades registradas como decorrentes do Aids no país, afirmou uma autoridade do Ministério da Saúde na terça-feira.
O homem de 45 anos morreu junto com um filho de 6 meses e uma filha de 2 anos em um hospital de Cabul, onde recebiam tratamento contra a doença, disse o médico Naqibullah Safi, chefe do departamento de combate ao HIV do ministério.
Safi não divulgou a identidade do homem. A mulher dele continua viva, disse.
"O homem sofria de Aids havia cerca de sete anos", disse o médico à Reuters, acrescentando que as mortes eram as primeiras registradas oficialmente no país como decorrentes da doença.
Segundo Safi, há entre 200 e 300 homens e mulheres afegãos contaminados com o vírus da Aids. Mas ele disse que o número verdadeiro de pessoas portadoras da doença poderia ser muito maior, já que os afegãos evitavam falar sobre o assunto publicamente.
Safi relacionou os casos de Aids no Afeganistão com o uso de drogas injetáveis e com a prática de sexo inseguro. Há poucas informações entre a população do país sobre a doença e sobre como ela se dissemina, acrescentou.
A maior parte das pessoas contaminadas parece ter contraído a Aids de afegãos que viveram no exterior como refugiados e que voltaram para casa aos milhões no fim de 2001.
O risco de disseminação da doença aumentou depois de o regime do Taliban ter sido deposto três anos atrás, o que marcou o aumento do consumo de drogas no país (maior produtor de heroína do mundo)e o surgimento de novos hábitos nas cidades, como a prostituição.
O Taliban condenava à morte os adúlteros, tendo conseguido conter a promiscuidade e a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis.