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Filho de soropositiva receberá leite
25/04/2003 - DIÁRIO DA REGIÃO (S.J. Ri
Bebês nascidos no SUS receberão suplementação láctea.
Bebês nascidos em maternidades conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), filhos de mães infectadas pelo vírus HIV, causador da Aids, receberão suplementação láctea fornecida pelo Ministério da Saúde. O leite em pó modificado, especial para recém-nascidos, deve estar disponível até a próxima semana, segundo informações da Direção Regional de Saúde (DIR-22) de Rio Preto. A suplementação láctea é parte do programa Nascer Maternidade, que busca reduzir a transmissão vertical - das mães para os filhos durante a gestação, parto e amamentação - da Aids. O leite materno é um dos principais transmissores do vírus HIV. Por isso, as mulheres infectadas não podem amamentar seus bebês. A realização do teste rápido para detectar o vírus HIV em parturientes que não fizeram o exame durante as consultas pré-natais é outra das ações desse programa.
O alimento será fornecido a todos os bebês com idade de até 6 meses, filhos de mães soropositivas, nascidos em maternidades conveniadas ao SUS. Mulheres que detectaram a presença do vírus no organismo durante a fase pré-natal ou no momento do parto serão contempladas. Não é necessário comprovar carência para ter direito ao benefício. "É um direito das mães que têm o vírus HIV e de seus filhos, independentemente da situação socioeconômica", explica Sandra Maria Liebana Mendes, 42 anos, enfermeira do programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)/Aids da DIR-22. Cada bebê receberá um total de 60 latas de leite durante os seis primeiros meses de vida. Segundo Sandra, alguns municípios da região estudam estender esse período até a criança completar 1 ano de vida, mas ainda não há nada definido. Nos cinco maiores municípios da região - Rio Preto, Catanduva, Fernandópolis, Votuporanga e Jales -, a distribuição ficará sob responsabilidade das secretarias e departamentos de Saúde locais. Em todas as outras 96 cidades, o alimento será distribuído pela DIR-22.
Na primeira remessa, o Ministério da Saúde vai enviar o dobro da quantidade necessária de leite. O objetivo, segundo Sandra, é permitir os ajustes necessários ao funcionamento adequado do programa e economizar no transporte, já que o alimento ficará concentrado na capital paulista. O cálculo do número necessário de latas de leite é feito de acordo com a prevalência de mães soropositivas em cada cidade. Para chegar a esse número, considera-se que 0,6% do total de partos do período anterior (o ano de 2002) foi de mulheres infectadas pelo HIV. O percentual é padronizado, adotado pelo próprio Ministério da Saúde.
Em Rio Preto, por exemplo, onde nasceram 4.729 crianças pelo SUS no ano passado, a prevalência foi de 28,37 partos de mulheres soropositivas. Para o envio da suplementação láctea, esse valor foi arredondado para 30. Assim, a Secretaria de Saúde receberá, inicialmente, 3,6 mil latas do alimento. A periodicidade de entrega do leite também ainda não foi definida. "Os município estão estudando a possibilidade de distribuição mensal, para não entregar todo o leite de uma vez. A medida visa a evitar que o suplemento seja usado para alimentar outros filhos ou pessoas idosas doentes, por exemplo. Sabemos que isso acontece em famílias carentes", esclarece a enfermeira.