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A ÊNFASE NO TRATAMENTO
13/05/2004 - Folha de São Paulo
Só 6,7% dos infectados em países pobres têm remédios
Os países em desenvolvimento devem direcionar seus esforços no combate à Aids na criação de pequenas clínicas comunitárias para o tratamento da doença como forma de fortalecer a prevenção. Essa é uma das conclusões que fazem parte do "Relatório da Saúde Mundial 2004", lançado ontem em Genebra (Suíça) pela Organização Mundial da Saúde.
Segundo a OMS, constatou-se nos locais em que houve a implementação de programas de tratamento que eles ajudam os esforços de prevenção porque levam a um aumento da demanda por testes e aconselhamento sobre a doença. Por sua vez, com mais informação à disposição, acontece uma prevenção mais eficaz daqueles que não foram infectados e uma redução significativa das chances de portadores do HIV passarem adiante o vírus.
Richard Feachem, diretor-executivo do Fundo Global para a Aids, disse que o dinheiro já não é mais o principal obstáculo no combate à doença e sim a capacidade dos países de fornecer remédios àqueles que precisam.
Estima-se que hoje existam entre 34 milhões e 46 milhões de infectados com o HIV no mundo -dois terços deles estão na África. De acordo com a OMS, dos 6 milhões de pessoas atingidas pela Aids nos países em desenvolvimento, somente 400 mil (6,7%) recebem tratamento médico.
O Brasil recebe várias citações positivas no relatório de 169 páginas. "O Brasil é um dos poucos países que obteve sucesso no controle da disseminação do HIV", diz o documento.