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AS CIDADÃS BRASILEIRAS E A AIDS

12/05/2004 - O NORTE (PB)

Especialistas em saúde pública se reúnem em João Pessoa

Entre os dias 16 e 19 de maio, profissionais de saúde e especialistas em saúde pública estarão reunidos em João Pessoa (PB) para a realização do 1º Congresso Brasileiro de Prevenção à Transmissão Vertical. O evento, organizado pelo Programa Nacional de DST/Aids, acontecerá no Tropical Hotel Tambaú. Mais de 1500 pessoas, entre profissionais de saúde do Brasil e do exterior, estão sendo aguardados para o Congresso.
O evento será aberto pelo governador do estado, Cássio Cunha Lima. Também participarão do evento autoridades do Ministério da Saúde, entre elas o chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde, Luiz Aureliano de Carvalho Filho, e o diretor-adjunto do Programa Nacional de DST/Aids, Ricardo Pio Marins. O médico infectologista vai falar sobre a prioridade de se tratar as gestantes infectadas pelo HIV como forma de prevenção a aids entre crianças e redução da mortalidade materna no Brasil.
De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão vertical é responsável por 85% das notificações de aids em menores de 13 anos de idade no Brasil. São 9 mil 775 casos notificados desde o início da epidemia, em 1983. Estimativas do Ministério da Saúde apontam que ocorrem no Brasil, anualmente, 17 mil e 200 gestantes infectadas pelo HIV. Destas, apenas 38,5% são identificadas e recebem tratamento com AZT injetável durante o parto, principal método de prevenção da transmissão da aids para o recém-nascido. O Congresso terá cursos, oficinas, simpósios e exposição de trabalhos nas modalidades de apresentação oral e poster. Entre os temas a serem debatidos es-tão: transmissão vertical e hepatites virais; epidemiologia; a política de saúde mental no contexto da gestação e HIV/Aids; resistência aos anti-retrovirais; vulnerabilidade (gênero, raça e etnia); atenção pré-natal; alterações fisiopatológicas na gestante soropositiva; toxicidade dos antiretrovirais na gestação; política da educação em saúde e a formação profissional na redução da transmissão vertical; aleitamento; experiências assistenciais no âmbito do sistema de saúde; e sobrevida das crianças vivem com HIV.
A conferência vai abordar, ainda, a transmissão da sífilis congênita, uma doença que decorre da infecção do feto pelo Treponema Pallidum, por via placentária, em qualquer momento da gestação. O Brasil tem hoje cerca de 5 mil casos de sífilis em mulheres grávidas. Dados do Ministério da Saúde mostram que a taxa de óbito em recém-nascidos, em algumas regiões do Brasil, chega a 45%. Tanto a transmissão da sífilis, quanto a da aids, podem ser evitadas se diagnosticadas a tempo.