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DOAÇÕES PARA O COMBATE A AIDS

28/04/2004 - Agência Aids

Lideranças do mundo querem alterar sistema

Admitindo que os doadores normalmente forçam os países pobres a desperdiçarem recursos preciosos, o UNAIDS, Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids, junto com os EUA, Grã-Bretanha e outros países, alcançaram um acordo para alterar a forma de como distribuem seu dinheiro para os países combaterem a Aids.
Eles se encontraram em Washington para aproveitar a presença de autoridades reunidas para encontros do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
O dinheiro para Aids que chega aos países pobres normalmente vem com obrigações amarrada,s exigindo programas especiais ou permitindo que os países ganhem crédito individual por suas contribuições.
Em um exemplo, Angola teve que acomodar cerca de 40 doadores, desperdiçando seus esforços.
O Dr. Peter Piot, diretor executivo do UNAIDS, disse que o novo acordo daria a cada país um único programa para coordenar as doações e um único sistema para monitorar e avaliar como o dinheiro é gasto.
"Este é um acordo entre as pessoas que têm o dinheiro dizendo que vão deixar suas bandeiras e afiliações na porta e garantirão que os recursos serão usados de uma forma inteligente", afirmou Piot em entrevista.
Os outros países participantes do acordo são Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Suécia.
As organizações e países concordaram que o sistema estará pronto em um ano. As doações para o Fundo Global de Combate a Aids chegam a US$ 1,6 bilhão por ano, cerca de 20% do que o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse ser necessário quando criou o fundo em 2001.
Mesmo assim, as doações vêm crescendo, afirmou Robin Gorna, chefe da divisão de política para HIV/AIDS da agência de assistência britânica.
O aumento nas doações e a incapacidade dos países pobres de manter as demandas relacionadas às doações fizeram as autoridades negociarem o acordo nos últimos 6 meses.
"Sabemos que alguns países estão gritando por ajuda para alterar o processo e liberar alguns funcionários que estão ocupados satisfazendo as vontades dos doadores em vez de cuidar dos pacientes", afirmou Gorna.

Fonte: The New York Times