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OS JOVENS E A PREVENÇÃO

05/04/2004 - Jornal do Brasil

Jovens ainda desprezam uso do preservativo no Rio

Pesquisa da Uerj mostra que 90% dos jovens admitem não usar a camisinha

X, 29 anos, contraiu o vírus da Aids de uma namorada com quem tinha relações sexuais sem proteção

Apesar do aumento de cerca de 20% na incidência de Aids entre os adolescentes nos últimos dois anos, uma pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) mostrou que o uso da camisinha como método de prevenção vem sendo esquecido pelos jovens do Rio. De acordo com o estudo, feito pelo Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Uerj (Nesa), 90% dos entrevistados apontaram a camisinha como melhor método contraceptivo - o mesmo percentual de quem reconhece já ter tido relações sexuais sem o preservativo.
- Eles demonstram ter conhecimento sobre a doença e os métodos de prevenção, mas maioria dos adolescentes não usa a camisinha regularmente. As desculpas são muitas: dizem que não tinham na hora e até que o preservativo tira o prazer e atrapalha a relação. Se as meninas estiverem tomando anticoncepcional, então, não usam a camisinha de jeito nenhum. A incidência da doença nessa faixa etária aumenta cada vez mais - alerta Estela Taquette, médica e coordenadora do programa Clinisex, da Uerj.

Entre os adolescentes atendidos pelo núcleo, o medo de engravidar é maior do que o de contrair o vírus HIV.

A diretora do Nesa, Maria Helena Ruzany, explica que os adolescentes acham que o risco de contrair o vírus da Aids é muito menor do que o de enfrentar uma gravidez. Dados do Ministério da Saúde, no entanto, comprovam que a realidade não é bem essa: mais de 70% dos casos de Aids no Brasil correspondem a indivíduos entre 20 e 39 anos, com uma parcela considerável deles tendo contraído o vírus na adolescência. Atualmente, é crescente a incidência da doença em meninas na faixa etária de 13 a 19 anos.
Soropositivo há pelo menos quatro anos (data em que descobriu a doença), o operador de áudio X., 29 anos, é uma das vítimas desse comportamento. Quando adolescente, X. não poderia imaginar que um dia seria vítima da doença. Casou-se cedo e teve um filho aos 18 anos. Após uma separação, envolveu-se com uma mulher casada. O relacionamento durou dois anos e, de forma inesperada, a mulher, que estava com a aparência debilitada, sumiu. Cinco anos depois ele descobriu o possível motivo do sumiço da ex-namorada: ele acredita que contraiu o vírus do HIV nas relações sexuais que teve com ela. X. já desconfiava da possibilidade de ter sido contaminado pelo vírus porque teve tuberculose, hepatite e desenvolveu sintomas característicos dos portadores. Emagreceu repentinamente, não tinha apetite, suava muito durante a noite e se sentia muito fraco.
Quando descobriu a doença, X. namorava uma colega de trabalho havia um ano, que teve a primeira relação sexual com ele, sem o uso de preservativo.
- Como ela nunca havia se relacionado sexualmente e estava tomando pílula anticoncepcional, não me preocupei em usar a camisinha. Assim que soube da minha contaminação, contei a ela, que se recusou a fazer o exame. Tentei convencê-la de que desta forma poderia infectar outras pessoas, mas ela continuou irredutível. Meu temor é que ela tenha contaminado outras pessoas, afinal, Aids não tem cara. A pessoa aparentemente mais saudável pode estar contaminada pelo vírus, mas ninguém vai saber se ela não contar - contou X., que admitiu já ter escondido essa informação de algumas namoradas.

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