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ESPECIALISTA BRASILEIRO OPINA

04/04/2004 - Agência Aids

Dupla infecção, que poderia ajudar soropositivos, não é boa idéia

No último mês, um artigo de autoria do Dr.Roger Pomerantz, professor de Medicina da Universidade Thomas Jefferson (EUA), informou que as pessoas soropositivas, que tivessem também o vírus de hepatite benigno conhecido como GBV-C, estariam mais protegidas contra a Aids. Em entrevista a Agência de Notícias da Aids, o especialista brasileiro, Dr. Mário Guimarães Pessoa, explicou a conclusão do pesquisador americano.
. Ele informou que o vírus GBV-C não causa hepatite crônica. “Quando foi descoberto, o denominaram de vírus da hepatite, mas o vírus G não é mais considerado um vírus da hepatite, pois ele não se multiplica”, completou.
Segundo o especialista, “ainda não se sabe concretamente porque o vírus G melhora a vida dos portadores do HIV”. Para ele, “talvez seja até uma coincidência nos casos analisados”.
O Hepatologista disse que “enquanto não houver uma prova do motivo que faz o vírus G impedir o desenvolvimento do HIV, não se deve incentivar a dupla-infecção”.
Dr. Mário Guimarães Pessoa participou no Brasil de um estudo mundial sobre co-infecção HIV/Hepatite C. Nessa pesquisa, promovida pelo laboratório Roche, foi comprovado que 40% dos pacientes co-infectados (HIV-Hepatite C) e medicados com interferon peguilado e ribavirina foram curados.

Lucas Bonanno

Saiba mais sobre o estudo americano

Em um artigo publicado na edição de 4 de março da revista "New England Journal of Medicine", Dr. Roger Pomerantz, diretor da Divisão de Doenças Infecciosas e Medicina Ambiental e responsável pelo Centro de Virologia e Biodefesa Humana da Universidade Thomas Jefferson, na Filadélfia, afirmou que as pessoas com dupla infecção (HIV – Hepatite G) têm um melhor desempenho do que as infectadas apenas com o vírus da Aids.
Segundo Dr. Pomerantz, “nas pessoas co-infectadas a Aids leva mais tempo para progredir. Além disso, elas têm menos chances de morrer da doença."
A possível melhora da qualidade de vida das pessoas com HIV e hepatite G, afirmada pelo Dr. Pomerantz, foi observada em um estudo realizado com 271 pessoas infectadas, durante 15 anos. O Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas de Maryland foi o responsável pela pesquisa.