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CAMISINHA: Ã PARA USAR E ABUSAR

02/04/2004 - Jornal de Brasília

Forma mais segura para evitar doenças sexualmente transmissíveis

Recurso mais seguro para evitar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), ela deve ser companhia constante e acessório indispensável na hora de sair para os agitos
Muito mais comuns do que se imaginam, as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), que são adquiridas por sexo vaginal, oral e anal, vem crescendo a cada dia no mundo inteiro. Para se ter uma idéia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima em 250 milhões o número de novos casos de DST por ano em todo o mundo.
No Brasil, o Ministério da Saúde calcula 12 milhões de brasileiros infectados anualmente por algum tipo de DST. De acordo com o Fábio Moherdaui, médico epidemiologista da Coordenação Nacional de DST/Aids, a situação é gravíssima.
"Os números demonstram um alto índice de relações sexuais de risco, nas quais pode ser contraído o vírus da Aids”, afirma Moherdaui. “O problema das DSTs é como a ponta de um iceberg. Apenas uma minoria, entre 20% e 30% dos doentes, percebe algum sinal ou sintoma”, informa.
As DSTs são causadas por diferentes agentes infecciosos, como bactérias, fungos, protozoários e vírus. Entre as doenças mais comuns estão a sífilis, gonorréia (ou uretrite gonocócica), cancro mole, herpes genital, HPV (condiloma acuminado), candidíase e a Aids (ver quadro abaixo).
As DSTs geralmente se manifestam nos órgãos genitais e podem provocar disfunções sexuais, esterilidade, aborto, nascimento de bebês prematuros com problemas de saúde, deficiência física ou mental, alguns tipos de câncer e até a morte.
As pessoas mais suscetíveis a pegar DSTs são aquelas que têm relações sexuais sem camisinha, têm parceiro que mantém relações sexuais com outras pessoas sem camisinha, usam drogas injetáveis e compartilham seringas, têm parceiros que usam drogas injetáveis e recebem transfusão de sangue não testado.
Os sinais e sintomas de algumas doenças são mais visíveis em homens do que em mulheres, uma vez que as partes do corpo feminino são internas. Entre os principais sinais, aparecem feridas nos órgão genitais, corrimentos, que podem ser esbranquiçados, esverdeados ou amarelados como pus, têm cheiro forte e ruim e caroços.
Os principais sintomas de contaminação de DSTs são ardência ou coceira, sendo mais sentidas ao urinar ou nas relações sexuais; e dores embaixo do umbigo, na parte baixa da barriga, ao urinar ou ao evacuar.
O ginecologista Guiseppe de Assis Rolim aconselha que, na presença de sinais ou sintomas de uma DST, deve-se procurar um médico o quanto antes. "É importante ir ao médico regularmente, porque somente ele fará um diagnóstico adequado para cada doença", afirma. Rolim complementa ainda que a demora em procurar um especialistas piora a situação. "Quanto antes iniciar o tratamento, melhor. A demora traz complicações das DSTs que se tornam mais difíceis de cuidar", ressalta o ginecologista.
As pessoas contaminadas devem evitar as atividades sexuais, uma vez que elas são transmissoras de doenças para seus parceiros.
Para se proteger das DSTs, deve-se usar sempre a camisinha (masculina e feminina) durante a relação sexual, evitar mudanças freqüentes de parceiros sexuais, ter hábitos de higiene, lavando os genitais com água e sabão após a relação e, principalmente, ter consciência de que pessoas limpas e saudáveis podem ser portadoras de DSTs.