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INTERRUPÇÃO DE ESTUDOS

01/03/2004 - www.hiv.org.br

Drogas Anti-retrovirais de Resgate

Os Laboratórios Gilead e Roche anunciaram, de forma independente, a descontinuação dos estudos de desenvolvimento de duas promissoras drogas anti-retrovirais para pacientes que necessitam de terapia de resgate: o inibidor da transcripatse reversa Amdoxovir (DAPD) e o inibidor de fusão T-1249, respectivamente. Segundo os representantes da Gilead, a interrupção dos estudos com o DAPD foi motivada por “razões estratégicas”, com encerramento do acordo com a Universidade de Emory (Geórgia, EUA) para desenvolvimento e comercialização do produto que havia sido firmado em 1996. A Gilead afirmou que continua interessada em desenvolver novos produtos, informando que continua com foco em outros candidatos promissores, tais como a co-formulação em um mesmo comprimido dos produtos Tenofovir e Emtricitabina (FTC) e dois novos agentes em investigação (um derivado do Tenofovir chamado GS 3740 e um inibidor da protease chamado GS 9005). Entretanto, o fornecimento da droga para os estudos em andamento (ACTG A5118 e A5165) será mantido. Já o Laboratório Roche/Trimeris anunciou a descontinuação dos estudos com o T-1249 por problemas técnicos na formulação, que foram identificados quando a empresa passou a produzir a droga em lotes de maior escala. Segundo os produtores, problemas de estabilidade e aumento da viscosidade ( de um produto que pé usado por via injetável) estão sendo observados. Da mesma forma que anunciado pela Gilead com relação ao DAPD, o fornecimento do T-1249 para os 40 pacientes que atualmente fazem parte de um estudo com a droga será mantida. Entretanto, analistas acreditam que a principal razão para essa atitude dos laboratórios Gilead e Roche/Trimeris seria a perspectiva de baixas vendas desses produtos, o que poderia estar motivando um direcionamento estratégico dos recursos de pesquisa desses laboratórios para potenciais candidatos mais rentáveis em curto e médio prazo. Curiosamente os resultados obtidos com o DAPD e o T-1249 em estudos clínicos tem sido muito bons, o que gerou surpresa, descontentamento e apreensão entre os pacientes e ONGs.