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DOENÇAS OPORTUNISTAS SEM TRATAMENTO

17/02/2004 - O Estado de São Paulo

Dez mil soropositivos estão sem remédios no Rio

Estado não fornece medicamentos contra doenças oportunistas desde dezembro, segundo ONG

RIO - Dez mil pessoas soropositivas estão desde dezembro sem receber medicamentos contra doenças oportunistas, como pneumonia e outras infecções, que deveriam ser distribuídos gratuitamente pelo governo do Estado do Rio. O número foi divulgado ontem pelo Grupo Pela Vidda. A ONG informou que 18 de 26 remédios que constam da lista do SUS estão em falta no Estado. Por causa de um acordo, a União fornece o coquetel anti-retroviral, os Estados distribuem a medicação contra infecções oportunistas e efeitos colaterais e os municípios, os que combatem doenças sexualmente transmissíveis.
Por causa de situações como essa - que costumam prejudicar também pacientes que sofrem de outras doenças crônicas, como hepatite C e problemas renais - o Ministério Público realiza amanhã audiência pública com representantes das secretarias estadual e municipal de Saúde e de ONGs.

"Há um descaso por parte do governo do Estado do Rio com os doentes de aids, que precisam dos medicamentos para ontem. Não há como esperar", afirmou o secretário-geral do Pela Vidda, William Amaral. Ele ressaltou que o número de 10 mil soropositivos prejudicados pela falta de remédios refere-se aos doentes atendidos na rede pública do Estado. "A maioria vive com salário mínimo e algumas não têm qualquer renda." A Secretaria de Estado de Saúde informou não ter conhecimento sobre a audiência, mas admitiu a falta de medicamentos. O governo alega que os fornecedores não estão entregando os produtos e alguns laboratórios estariam se recusando a participar de licitações. A secretaria garantiu que o problema estará resolvido em março.