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HIV RESISTENTE

13/02/2004 - www.unifesp.br

HIV resistente no núcleo da célula prejudica terapia

Um estudo realizado na Unifesp com portadores de HIV que não respondem mais à terapia com anti-retrovirais demonstra que 70% deles possuem vírus resistentes ao medicamento no núcleo das células e não apenas no plasma sangüíneo. A descoberta indica a possível causa da falha na terapia de interrupção estruturada da medicação.
Essa técnica consiste na suspensão temporária dos remédios para permitir que linhas do vírus sensíveis à terapia se reproduzam mais rapidamente substituindo, assim, cepas resistentes às drogas. Na etapa seguinte, a medicação retornaria com sucesso maior mas, na prática, apenas 34% dos pacientes respondem bem a essa estratégia.
O motivo da baixa aderência do organismo ao tratamento foi objeto da tese de doutorado de Domingos Ezenildo Matos dos Santos, professor da Universidade Federal do Pará. O trabalho aponta a influência negativa causada pela presença de vírus resistentes no núcleo da célula (linfócito), pois é lá que se encontra o material genético do HIV, onde ele se reproduz, devolvendo à corrente sangüínea grande quantidade de cepas resistentes (veja quadro ao lado).
“Dos pacientes analisados, 34% tiveram reversão total, 29%, reversão parcial e 37% não se beneficiaram em nada com a interrupção”, explica o pesquisador. “O uso prolongado de anti-retrovirais nesses pacientes com infecção crônica pelo HIV pode ter eliminado totalmente a população de vírus sensíveis, inclusive nas células. Isso impede a reversão dos vírus mutantes resistentes às drogas disponíveis para o tratamento da doença.”