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COALIZÃO GLOBAL PARA MULHERES E AIDS

03/02/2004 - Folha de São Paulo

Marta propõe em reunião de ONG distribuição grátis de microbicida

Ela participa de comitê de personalidades internacionais

A prefeita Marta Suplicy propôs ao comitê gestor da Coalizão Global para Mulheres e Aids, em reunião inaugural do grupo ontem em Londres, uma diretriz internacional garantindo a distribuição gratuita de microbicidas de uso feminino -tecnologia auxiliar de prevenção da HIV que pode ser desenvolvida nesta década.

"Eu acho que os microbicidas são tão importantes quanto a camisinha para as mulheres. Eu sugeri que nós não podemos deixar isso ser vendido. Temos que lidar com essa questão de patentes e tudo mais. Tem que ser distribuído pelos governos", disse Marta, em entrevista à Folha.

A prefeita foi apontada pelo diretor do Unaids (órgão das Nações Unidas para Aids), Peter Piot, como exemplo de liderança feminina mundial. "Contamos com a participação da prefeita de São Paulo, a quarta maior cidade do mundo", disse Piot.

O comitê é formado por 28 personalidades internacionais que passarão a atuar como embaixadores mundiais do combate à Aids e da defesa dos direitos da mulher. Além de Marta, participam da iniciativa a ex-presidente da Irlanda e ex-comissária da ONU para Direitos Humanos, Mary Robinson, e a atriz Emma Thompson, entre outros.

Microbicidas

Um dos principais problemas a serem enfrentados, de acordo com a coalização, é a dificuldade que as mulheres têm de pedir que seus parceiros usem camisinha.

Nesse contexto, os microbicidas seriam uma ferramenta feminina. O formato pode ser gel, esponja, lubrificante, supositório ou filme. Porém a primeira geração de microbicidas depende ainda de investimentos em pesquisa -até 2002, foram US$ 343 milhões.

A prefeita se recusou a comentar os casos de irregularidades na Secretaria da Saúde divulgados neste final de semana. Segundo ela, não resta mais nada a dizer sobre o e-mail enviado pelo secretário Gonçalo Vecina Neto a 30 mil funcionários pedindo apoio para a reeleição nem sobre as contratações irregulares de familiares feitas por Fábio Mesquita, coordenador de desenvolvimento da gestão descentralizada.