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A AIDS NA ÁFRICA
02/02/2004 - BBCBRASIL.Com
Incidência de HIV na África pode ter sido exagerada
Dados do Quênia são vistos como os mais precisos até o momento
O número de africanos infectados com o vírus HIV, que causa a Aids, pode ser menor do que se imaginava.
Uma pesquisa realizada pelo governo do Quênia constatou que 6,7% de sua população é soropositiva. Estimativas oficiais anteriores colocavam esse índice em 15% o equivalente a 4,8 milhões de pessoas.
A pesquisa, realizada em 8.561 residências em todo o país, é a mais recente a sugerir que a incidência de HIV na África Subsaariana pode ter sido exagerada.
Outras pesquisas realizadas em Mali e Zâmbia apresentaram resultados semelhantes.
Unaids
De acordo com a Unaids (a agência das Nações Unidas para a Aids), 26,6 milhões de pessoas na África Subsaariana são portadoras do vírus HIV.
Chegou-se a esse índice levando-se em conta testes realizados em mulheres grávidas em clínicas pré-natal. Esses testes são anônimos e os resultados foram extrapolados para dar uma estimativa nacional.
A pesquisa de saúde e demografia do Quênia é feita a cada cinco anos, e é utilizada por ministros para planejar políticas sociais.
Testes
A pesquisa no Quênia foi realizada em setembro do ano passado. Como parte dela, as pessoas foram convidadas a se submeter a testes de HIV. Cerca de 70% dos entrevistados aceitaram.
Os testes foram realizados por funcionários do Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, que constataram que 8,7% das mulheres e 4,5% dos homens eram soropositivos.
Pesquisa similar realizada pelo governo de Mali em 2001 chegou a um índice de 1,7% de infecção pelo vírus HIV. A estimativa anterior era de 4%.
Em Zâmbia, pesquisa realizada no mesmo ano registrou um índice de incidência de HIV de 21,5%, quando estimativa anterior era de 27%.
Outros países africanos pretendem realizar pesquisas semelhantes, que incluem uma mostra da população como um todo.
Entre esses países estão a República dos Camarões e a Tanzânia, que têm estimativas de incidência de 12% e 8% respectivamente.
A Unaids elogiou a pesquisa do Quênia mas ressaltou que é importante lembrar que a epidemia de Aids continua em ascendência.