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DIMINUINDO A TRANSMISSÃO VERTICAL
22/12/2003 - Jornal do Brasil
Filhos do HIV escapam da doença
O número de bebês contaminados com o vírus pela mãe caiu para zero ,neste ano, com o tratamento da Secretaria de Saúde
As mulheres portadoras do vírus da Aids na cidade têm agora uma preocupação a menos: o número de bebês contaminados com o HIV da mãe caiu para zero neste ano, com o tratamento provido pela Secretaria de Saúde do DF. Em 2001, foram notificados 42 casos de gestantes soropositivas para HIV ou com aids, e três das crianças nascidas foram contaminadas. No ano passado, foram 52 gestantes e apenas um caso de aids na criança.
Até outubro deste ano, foram registrados 41 casos de gestantes soropositivas ou com aids, e nenhuma criança se contaminou. De acordo com Maria Cristina Formiga, gineco-obstreta da gerência de DST/Aids da Secretaria de Saúde, o sucesso foi alcançado pelo tratamento antiretroviral, que consiste em medicar a mãe durante a gestação com AZT e outros antiretrovirais, assim como durante o parto, tratar o bebê com xarope de AZT e proibir a amamentação. A prática de tratar a gestante com AZT, começada em 1998, diminuiu a incidência de transmissão, de 30% para 8%. Com a introdução de outros medicamentos, esse número foi a quase zero.
- Além disso, não deixamos que a gestante sofra parto normal, marcamos sempre a cesária, pois as contrações aumentam as chances de contaminação - explica Maria Cristina. A Secretaria tem, ainda, o Projeto Nascer, um teste rápido de HIV, realizado no momento do parto, para mulheres carentes, que não fizeram pré-natal. É um teste provisório, as chances de certeza são menores, mas caso dê positivo, todos os procedimentos para gestantes com HIV são tomados.
Se, pelo contrário, a mãe fez o pré-natal, e descobriu que tem Aids, é encaminhada a um dos 8 centros de saúde de referência em Aids, espalhados pelo DF, que contam não apenas com obstetras e ginecologistas, mas infectologistas e nutricionistas, entre outros. O recém-nascido tem chances em diversos momentos de contaminação. 65% delas é de que isso ocorra durante o trabalho de parto. 14% a 20% é de que seja no aleitamento. Ainda existem possibilidades no fim da gravidez. O trabalho feito no DF, no entanto, reduziu as chances a quase zero. - Outro bem que fizemos foi dar a oportunidade de, informando a mãe, ela se tratar a tempo - afirma Cristina.