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ALGUNS POUCOS IRRESPONSÃVEIS
24/02/2015 - Estadão
PolÃcia de SP investiga grupo que transmite HIV de propósito
A PolÃcia Civil de São Paulo vai abrir inquérito e fará investigações online de grupos de homossexuais que transmitem o vÃrus da aids para parceiros sexuais propositalmente. A prática foi revelada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" no domingo (22).
O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, mobilizou a área de inteligência em internet da polÃcia para tentar identificar donos dos blogs que compartilham dicas de como contaminar outras pessoas sem serem percebidos. Audemars Piguet Replica
O pedido foi feito pelo secretário da Justiça e da Defesa e Cidadania, AloÃsio de Toledo César. Em conversa com Moraes, ele pediu rigor nas investigações do que classifica como um "ato horrorizante".
"Entendo que a homossexualidade é uma opção pessoal que deve ser respeitada, mas não se pode admitir, em hipótese nenhuma, que pessoas de baixo nÃvel moral se esforcem para transmitir o HIV a outras", afirmou.
Disfarce
Segundo Toledo, Alexandre de Moraes orientou as equipes do Departamento de Inteligência da PolÃcia Civil (Dipol) para agirem disfarçadamente na identificação dos grupos. Serão analisados salas de bate-papo, páginas na internet, blogs e até clubes e saunas de sexo.
"Combinamos de estimular todas as ações que possam evitar que essas pessoas continuem a retransmitir o vÃrus de forma criminal", disse Toledo.
"Quando a transmissão se aperfeiçoa dessa forma dolosa, o entendimento da Justiça é de que a figura jurÃdica configura como uma tentativa de homicÃdio, com pena mais grave", complementou.
Segundo o artigo 130 do Código Penal, a pena para quem transmite o vÃrus sem o consentimento do parceiro é de até 4 anos de prisão.
Dicas
A investigação da polÃcia começa depois que o jornal "O Estado de S. Paulo" divulgou que adeptos da modalidade bareback, na qual homens gays transam com parceiros sem camisinha, têm compartilhado técnicas para fazer sexo sem proteção ou furar o preservativo. Conhecidos como o "clube do carimbo", divulgam fotos, vÃdeos e dicas com o "passo a passo" da contaminação.
Em uma das páginas, as frequentes postagens alertavam que o carnaval e as férias escolares são momentos propÃcios para "carimbar" (quando o soropositivo retransmite o vÃrus), principalmente os jovens.
Para os secretários, os criminosos só serão identificados se as vÃtimas denunciarem. "São casos complicados e muitas vezes são escondidos pelas próprias famÃlias. Para facilitar o processo de investigação, é necessária a denúncia dos casos à PolÃcia Civil", avaliou Toledo.
J.S., 67, é moradora de São José dos Campos. O sobrinho, 46, é soropositivo há mais de duas décadas. Segundo ela, a famÃlia inteira sabe que ele retransmite o vÃrus aos parceiros sexuais sem consentimento.
"Ele falsifica todos os exames e mantém sites de encontro na internet. A nossa famÃlia sabe, e é totalmente negligente nesse assunto", afirma. "Meu desejo é denunciá-lo, porque não queria que um filho meu fosse infectado desse jeito."
Criminalização
Para as entidades que trabalham na prevenção da aids, a criminalização não é a melhor solução.
Para Salvador Pereira Correa Junior, coordenador executivo da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), criminalizar o ato da transmissão pode afastar as pessoas do teste e prejudicar a prevenção da doença.
"Seria quase impossÃvel você conseguir provar que a pessoa transmitiu o HIV intencionalmente. Poderia, por exemplo, um ex-companheiro se vingar e dizer que foi intencional", explicou.
"Prender esse grupo causa muito mais pânico moral do que medida efetiva. O que não significa que nós somos a favor de qualquer tipo de transmissão intencional. Mas essa não é a saÃda", afirmou Correa. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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