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17/01/2012 - UOL NOTICIAS

Recém-infectados transmitem HIV em uma a cada 10 relações sexuais

Recém-infectados transmitem HIV em uma a cada 10 relações sexuais, diz pesquisa

Uma pessoa infectada com HIV corre o risco de transmitir o vírus ao parceiro uma vez a cada 900 relações sexuais sem o uso de preservativo. Já se a pessoa é recém-infectada, transmite em 10 relações. É o que apontou um novo estudo conduzido na África e publicado no Journal of Infectious Diseases.

De acordo com James Hughes, autor do estudo, no entanto, o número de atos sexuais necessários para transmitir o HIV varia de acordo com a quantidade de vírus no sangue da pessoa infectada.

De acordo com a publicação, é a quantidade de vírus no sangue que determina se o vírus será transmitido ao parceiro. Pessoas com alta concentração do vírus no sangue, especialmente os que acabaram de ser infectados, precisam de apenas 10 relações sexuais para transmitir a doença.

O estudo foi realizado com mais de três mil casais HIV discordante da África Subsaariana, isto é, um companheiro possuía o vírus e o outro não.

Os infectados com o vírus eram testados periodicamente durante o estudo, que durou dois anos. Eles tiveram a quantidade de HIV no sangue medida e também responderam perguntas sobre quantas vezes tinham feito sexo e se haviam usado preservativo ou não.

Os que não tinham a doença também foram testados para verificar se haviam adquirido o vírus. Os cientistas usaram testes genéticos para confirmar se algum dos participantes tinha sido infectado. No total, 86 transmissões ocorreram durante o estudo.

De acordo com a pesquisa, os homens são mais predispostos a transmitir o vírus à mulher. Os pesquisadores afirmam que o risco de transmissão é maior porque há mais concentração do HIV no sangue dos homens em comparação ao das mulheres.

A nova descoberta reforça a ideia de que o melhor método para prevenir a transmissão da Aids são os medicamentos capazes de diminuir a concentração do vírus na corrente sanguínea, como os retrovirais.

O estudo também confirmou a eficácia do preservativo que reduziu em 78% o risco de transmissão da doença. Os cientistas identificaram também redução de 47% do risco de transmissão em homens circuncidados.