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DUAS DÉCADAS DE PRECONCEITO

25/11/2003 - O GLOBO

Preconceito é o tema da Luta Contra a Aids

Graças ao coquetel de remédios para tratamento da Aids, duas décadas depois da primeira epidemia da doença já não se morre mais tanto de complicações decorrentes dela. Como na década de 80, no entanto, os soropositivos continuam sofrendo discriminação no Brasil, o que levou o Ministério da Saúde a escolher o combate ao preconceito como o tema do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, na próxima segunda-feira.

A Coordenação Nacional de DST/Aids, ligada ao Ministério da Saúde, diz que no ano passado foram notificados 9.495 novos casos da doença. Outros dados devem ser divulgados esta semana. Apesar de o coquetel ser distribuído gratuitamente, 8.400 pessoas morreram vítimas da doença no Brasil somente em 2001. No mesmo ano, 361 jovens entre 13 e 19 anos foram infectados. Rosa Maria de Oliveira, assessora jurídica da coordenação, diz que nos próximos meses será realizada nas escolas públicas e particulares uma campanha informativa que tem como objetivo o combate ao preconceito:

— Crianças informadas não se tornam adultos preconceituosos.

Semana passada, o Ministério da Saúde e o laboratório Merck Sharp & Dohme anunciaram um acordo para uma redução de 25% no preço do medicamento anti-retroviral Efavirenz, que faz parte do coquetel de tratamento da Aids. Denise Herdy Afonso, professora de ciências médicas da Uerj e coordenadora do grupo de apoio a paciente soropositivos Com Vida, do Hospital Pedro Ernesto, diz que o remédio tem uma função importante.

— Ele impede que o HIV se incorpore ao material genético da célula do soropositivo — explica.