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AIDS MATA CADA VEZ MAIS MULHERES

17/11/2003 - Jornal de Brasília

Pesquisa mostra: doença é a terceira maior causa de óbitos

As doenças cerebrovasculares, como derrames e demais acidentes vasculares cerebrais, são a principal causa de morte entre as mulheres das capitais brasileiras, representando 7,9% do total de óbitos. Quando somados todos os tipos de câncer, no entanto, a doença alça a primeira colocação, sendo responsável por 17,6% do total de mortes femininas no Brasil. Em segundo lugar está a Aids e em terceiro estão os homicídios, com nada menos do que 6,1% do total. Os dados constam do Estudo de mortalidade de mulheres de 10 a 49 anos no Brasil, pesquisa inédita realizada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Foram analisadas 3.265 declarações de óbitos de mulheres em idade fértil (entre 10 e 49 anos), em todas as capitais do Brasil, além do Distrito Federal, durante todo o 1º semestre de 2002. O estudo também constatou que o número de mortes por causas maternas é 67% maior que os casos registrado oficialmente. A disparidade ocorre porque várias várias mulheres morriam depois do parto, em decorrência dele, mas a causa registrada era outra. "Uma das principais causas diretas desses óbitos é a falta de uma assistência médica mais eficiente, como ter um acompanhamento da gravidez, ir à consultas e fazer o pré-natal", explicou a professora Maria Helena Prado de Mello, uma das autoras do estudo. Outra surpresa foi a Aids como a segunda doença que mais mata mulheres nas capitais. Na região Sul, aliás, a Aids está em primeiro lugar como causa de morte entre mulheres, com 16,7%. "Isso é incrível. Muitos companheiros estão levando a doença para dentro de casa. Além disso, as drogas também continuam sendo um grande fator de propagação da Aids", disse Sabina Lea Davidson Gotlieb, que também assina o estudo da USP, do qual também participou Ruy Laurenti.