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SAÃDE CONSEGUE REDUÃÃO RECORDE

14/11/2003 - CN-DST/AIDS

Acordo com laboratório vai permitir economia de R$ 191 milhões

O Ministério da Saúde inclui mais um medicamento anti-retroviral no coquetel de aids com uma redução recorde de preços. Depois de negociações, o governo brasileiro obteve um entendimento com o laboratório Bristol-Myers Squibb e vai adquirir o medicamento Atazanavir com um valor 76,4% menor do que o preço praticado no mercado. Esta é a maior redução de preços obtida pelo Brasil nas negociações com a indústria farmacêutica.

Nos próximos meses, o medicamento começa a ser distribuído pelo governo e passa a ser o 15º remédio do coquetel para tratar a doença. No entendimento com o fabricante, o governo brasileiro vai adquirir cada cápsula do Atazanavir ao preço de US$ 3,25. Seu preço de fábrica atualmente é de US$ 13,80. Com isso serão economizados R$ 191 milhões.

O resultado das negociações está sendo comemorado pelo Programa Nacional de DST/Aids, já que representa uma nova forma de relacionamento entre governo e laboratórios, demonstrando que é possível a incorporação de insumos de saúde nos países em desenvolvimento, considerando a realidade sócio-econômica de cada País.

Estima-se que 8 mil pacientes deverão estar utilizando o novo medicamento até o final de 2004. O medicamento vai facilitar o tratamento em alguns pacientes, pois é o primeiro inibidor da protease usado uma vez ao dia (duas cápsulas). O Atazanavir, cujo nome comercial é Reyataz, não apresenta os efeitos colaterais comuns desse grupo de medicamentos, como, por exemplo, aumento da taxa de colesterol.

A indicação do uso do Atazanavir já está definida no novo guia de tratamento para pacientes com aids do Ministério da Saúde. O novo medicamento passa a ser agora mais uma alternativa entre os inibidores de protease. Juntamente com o Lopinavir/ritonavir, é a primeira indicação de tratamento para os pacientes que necessitam dessa classe de anti-retrovirais. Com o benefício de ser mais econômico, já que o tratamento/dia do Atazanavir sai a US$ 6,50, enquanto que com o Lopinavir/ritonavir, custa US$ 8,88.

O governo brasileiro continua empenhado em conseguir a redução de preços de outros remédios do coquetel. Estão sendo realizadas conversas com os laboratórios Merck Sharp & Dhöme, fabricante do Efavirenz; Abbott, que produz o Lopinavir/ritonavir e Roche, do Nelfinavir. Esses três medicamentos são responsáveis por 63% dos gastos do Ministério da Saúde com medicamentos para aids.

Folha de São Paulo - 14/11/2003

Com um valor 76,44% menor que o praticado no mercado, o Ministério da Saúde incluirá o 15º medicamento no "coquetel" anti-Aids: o Atazanavir, do laboratório Bristol-Myers Squibb. É a maior redução de preços obtida nas negociações com a indústria farmacêutica. O governo acertou com o laboratório a compra do remédio por US$ 3,25 cada cápsula -o preço de fábrica é de US$ 13,80. A previsão de economia é de R$ 191 milhões.

O Programa Nacional de DST/Aids estima que 8.000 pacientes devem utilizar o novo medicamento até o final de 2004.

O POVO (CE) - 14/11/2003

Cada cápsula do anti-retroviral Atazanavir custará ao Brasil US$ 3,25, enquanto o preço de fábrica é US$ 13,8, graças a acordo "histórico" firmado entre o Programa Nacional de DST/Aids e o laboratório Bristol-Myers-Squibb

O Programa Nacional de DST/Aids anunciou ontem, em Brasília, um acordo com o laboratório Bristol-Myers Squibb que prevê a distribuição de novo medicamento anti-retroviral com redução recorde de preços. O inibidor de protease Atazanavir será adquirido com preço 76,4% menor do que é cobrado no mercado. Cada cápsula custará ao País US$ 3,25, enquanto o preço de fábrica é de US$ 13,8. O acordo permitirá uma economia ao programa de cerca de R$ 191 milhões.

Registrado neste ano no Brasil, o Atazanavir já integra o guia para tratamento de pacientes portadores de HIV feito pelo Ministério da Saúde. Assim como o Lopinavir, da Abott, é considerado uma droga de primeira escolha. Mas com algumas vantagens. O custo diário do tratamento com a nova droga é menor - US$ 6,5, enquanto o Lopinavir sai por US$ 9. Além disso, o Atazanavir é usado uma vez ao dia; o Lopinavir, duas vezes. Mesmo com as vantagens, o coordenador do Programa Nacional de DST/Aids, Alexandre Grangeiro, afirma estar descartada a hipótese de substituição de um medicamento por outro. "A droga será indicada para novos casos". Com a inclusão do Atazanavir, o Brasil passa a oferecer 15 anti-retrovirais.

Grangeiro considerou "histórico" o acordo com o laboratório. "Nunca uma droga nova teve seu preço tão reduzido. Um sinal da compreensão maior dos laboratórios de que países em desenvolvimento têm de ter um tratamento diferenciado".

A transação é anunciada num momento em que o Brasil tenta reduzir o preço de três medicamentos usados no coquetel, entre eles o Lopinavir. As negociações começaram há meses, mas ainda não tiveram sucesso. Além da Abbott, os encontros vêm sendo realizados com a Roche (fabricante do Nelfinavir) e a Merck Sharp & Dhome (fabricante do Efavirenz). As três drogas representam 63% dos gastos do ministério com anti-retrovirais.

As negociações estão mais avançadas com a Merck. Nos encontros, discute-se simultaneamente a redução do preço e a licença voluntária, o que permitiria a produção em laboratórios oficiais brasileiros. O ministério faz ainda testes de bioeqüivalência em genéricos dos três medicamentos, produzidos na Índia e na China. Se sua qualidade for comprovada, o Brasil poderá importá-los.