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CAMPANHA NACIONAL
01/12/2009 - Folha de S. Paulo
Sobre HIV foca em preconceito
O Ministério da Saúde lança nesta terça-feira (1º) uma campanha com o slogan "Viver com Aids é possível. Com o preconceito não".
As imagens mostrarão cenas de casais se beijando. Algumas delas foram feitas pelo artista plástico Vik Muniz, que fotografou cerca de 1.200 pessoas segurando cartazes.
O objetivo da campanha é mudar a percepção da população sobre a doença.
"Ainda temos muito preconceito e isso impede que mais pessoas busquem diagnóstico e tratamento",diz o coordenador do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa.
Para justificar a campanha, ele cita como exemplo pesquisa do ministério na qual 22,5% dos entrevistados disseram que não se pode comprar legumes e verduras em local onde trabalha um portador de HIV.
Hoje, o ministério divulgou também uma pesquisa sobre o impacto do preconceito sobre a saúde de quem tem a doença.
"Os dados mostram que a baixa auto estima interfere em todo o tratamento. Apesar da adesão ao tratamento antirretroviral, a pessoa acaba tendo problemas. Isso faz com que ela use mais vezes os serviços de saúde, às vezes até desnecessariamente, porque se sente mais doente do que realmente está", afirma Barbosa.
Fora os problemas que o preconceito traz para a vida prática, como na hora de conseguir emprego. O carioca Cleverson Fleming, 19, soube que tinha o vírus ao fazer concurso para sargento do Exército e conta que foi discriminado.
"Passei na prova e fui obrigado a fazer o teste [de HIV]. Fui eliminando do concurso porque ele deu positivo", diz. "É ilegal, mas eles fazem isso. Fiquei totalmente desestabilizado, até para recorrer."
Os jovens, aliás, têm tratamento especial na campanha.
Além de um site oficial (todoscontraopreconceito.com.br), há uma equipe atuando em redes de relacionamento, como Facebook e Orkut, para atingir esse público