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EXPERIÃNCIA BRASILEIRA

05/11/2003 - O ESTADO DE SÃO PAULO

Brasileiros vão ajudar governo de Angola na luta contra a aids

texto - EXPERIÊNCIA BRASILEIRA

Subtexto - Brasileiros vão ajudar governo de Angola na luta contra a aids

fonte - O ESTADO DE SÃO PAULO

DATA - 05/11/2003

As metas são reduzir a transmissão da mãe para o bebê e ter bancos de sangue mais seguros

Uma equipe de quatro especialistas em infectologia levará o que sabe sobre combate à aids para Luanda, capital de Angola. Com experiência adquirida na Casa da Aids, unidade de tratamento da doença do Hospital das Clínicas, eles têm dois desafios: reduzir a taxa de transmissão da doença da gestante para o bebê e desenvolver critérios de segurança nos bancos de sangue.

É a primeira vez que o governo de Angola decide tratar a aids como assunto prioritário. O Brasil foi escolhido como parceiro em reconhecimento a seu programa de combate à doença. "Temos uma das maiores e melhores experiências do mundo nessa área", diz David Uip, nomeado pelo Ministério da Saúde de Angola para coordenar o programa de cooperação. A nomeação surpreendeu Uip, selecionado por currículo, há um ano.

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SAÚDE COMBATE À DOENÇA É PRIORIDADE NO PAÍS
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O trabalho dos brasileiros começa este mês. Mas para conquistar os profissionais de saúde e a população angolana, os brasileiros terão de entender os costumes locais. Angola tem 14 milhões de habitantes e passou por 27 anos de guerra civil.

"Se conseguirmos reduzir a transmissão materno-fetal e ter o sangue controlado em Luanda, teremos grande impacto", diz Uip. Por trás do programa, com duração prevista de 18 meses, estão a Fundação Zerbini, o Instituto do Coração (Incor) e a Universidade de São Paulo.

Integração – Há pelo menos 25 ações de organizações não governamentais que trabalham na luta contra a aids em Angola. Os brasileiros têm a missão de integrar tais ações. Eles também vão identificar lideranças entre os profissionais de saúde angolanos, que virão ao Brasil para participar de cursos na área de infectologia e aids.

Apesar da falta de dados sobre a extensão da epidemia em Angola, há algumas pistas. Um estudo feito com 500 gestantes que procuraram um hospital para ter seus bebês detectou que 8,2% delas tinham o HIV. "É um trabalho pequeno, mas que já mostranúmeros que assustam".

Moçambique – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Angola este semana e reforçou o interesse do Brasil em apoiar o país no combate à doença, o que inclui até ajuda na produção de medicamentos anti-retrovirais. Mas Angola não é o único país africano que o Brasil vai ajudar. Lula seguiu ontem para Maputo, capital de Moçambique, onde amanhã assinará acordo entre o laboratório brasileiro Farmanguinhos e o governo do país para instalar uma fábrica de anti-retrovirais.