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MÉTODOS PARA DETECÇÃO DE DST DA OMS
10/03/2009 - EFE/UOL NOTICIAS
Cientistas brasileiros criticam métodos
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Programa Saúde da Família (PSF) descobriram que as práticas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a detecção precoce da gonorréia e da clamídia são ineficazes.
No estudo, publicado na revista "BMC Medicine", os cientistas afirmam que as recomendações do organismo são inadequadas quando se trata de diagnosticar doenças sexualmente transmissíveis nos países em desenvolvimento.
A ineficácia do método de detecção destas infecções faz com que as mulheres que as sofrem não recebam tratamento até uma fase tardia da doença, com as consequências de contágio e o risco para a saúde que isso acarreta.
Os cientistas, liderados por Maria de Fátima C. Alves, testaram os métodos cujo uso são aconselhados pela OMS e pelo Ministério da Saúde em um grupo de 427 meninas de entre 15 e 19 anos e moradoras de uma região pobre de Goiânia (GO).
Após analisar amostras vaginais das adolescentes, descobriram que 14,5% tinham clamídia, e 2,1%, gonorréia, um resultado considerado "alarmante" pelos cientistas.
Com o método de pontuação de avaliação do risco recomendado pela OMS e que consiste em um questionário sobre as práticas sexuais, a vida reprodutiva e os sintomas ginecológicos, as doenças foram detectadas em apenas 32% dos casos.
Com um simples exame ginecológico, o percentual de diagnóstico foi de 43,5%.
Segundo a equipe de cientistas, a "baixa sensitividade" do método de avaliação do risco deveria fazer com que seu uso fosse descartado como uma ferramenta de exame ou teste de diagnóstico entre mulheres sem sintomas ou com poucos sintomas de infecções sexuais.
"Os resultados são preocupantes. Sabe-se que as doenças sexualmente transmissíveis aumentam a probabilidade de transmissão do HIV, portanto o controle dessas infecções é imperativo", indica Alves, que pede novas estratégias para controlar essas doenças entre as adolescentes